Economia

Bradesco espera alta de 20% no crédito imobiliário em 2015

O banco não vê problema no funding para suportar a expansão desta linha


	Bradesco: a expansão esperada é mais tímida que os mais de 30% vistos na pessoa física no ano passado
 (Bloomberg/Adriano Machado)

Bradesco: a expansão esperada é mais tímida que os mais de 30% vistos na pessoa física no ano passado (Bloomberg/Adriano Machado)

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Da Redação

Publicado em 11 de maio de 2015 às 13h51.

São Paulo - O Bradesco espera que sua carteira de crédito imobiliário cresça perto dos 20% neste ano e não vê problema no funding, ainda que pese uma fuga de depósitos da poupança em meio ao juros e inflação elevados, para suportar a expansão desta linha.

Apesar disso, a expansão esperada é mais tímida que os mais de 30% vistos na pessoa física no ano passado e o saldo da caderneta teve queda no primeiro trimestre em relação aos três meses anteriores.

"Temos bom funding poupança e um crescimento adequado para suportar o crescimento no imobiliário. Não mexemos nas condições. Financiamos até 80% do valor do imóvel em um prazo de até 30 anos", justifica Angelotti, em vídeo-release à imprensa.

No primeiro trimestre, a expansão da carteira de crédito imobiliário do Bradesco já foi um pouco menor. A linha, considerando os empréstimos para a pessoa física, teve alta de 29,3% em um ano e 4,8% em relação ao trimestre anterior, totalizando cerca de R$ 18,8 bilhões.

Já os depósitos de poupança tiveram leve queda de 0,4% no primeiro trimestre ante os três meses anteriores, para R$ 91,7 bilhões. Em um ano, subiram 11,7%.

O desempenho da poupança tem comprometido um maior crescimento dos bancos no crédito imobiliário. Em abril, os saques chegaram a R$ 5,851 bilhões, o pior mês em 20 anos, segundo o Banco Central.

A poupança é o principal funding do crédito imobiliário. Os bancos têm de destinar, segundo o BC, no mínimo 65% dos depósitos da caderneta para o segmento.

Do total, 80% têm de ser destinados para imóveis na linha do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) e o restante para operações com taxas de mercado.

Os outros 35% dos depósitos dividem-se em 20% para compulsório, remunerado por Selic, e 10% adicional, com remuneração pela Taxa Referencial, e 5% livre para os bancos.

Com a queda nos depósitos da poupança, medidas estão sendo estudadas para incentivar o crédito imobiliário. Um pedido antigo do setor é a liberação de parte do compulsório que poderia irrigar o sistema com bilhões a serem emprestados.

Outra medida é o aumento do limite do valor dos imóveis que serão financiados pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH), de R$ 750 mil (em algumas capitais) para, pelo menos, R$ 1 milhão

Guidances

Angelotti disse ainda que o Bradesco vai avaliar trimestre a trimestre para decidir sobre uma possível mudança nas expectativas de desempenho (guidances) para 2015.

"Entendemos que não era necessária nenhuma revisão de guidance", reafirmou ele, sem dar mais detalhes.

De acordo com o executivo, as sinalizações que existem são de que o banco deve fechar em patamar superior da margem financeira, de 6% a 10%, e com despesas operacionais crescendo abaixo da inflação. O intervalo projetado indica aumento de 5% a 7% neste ano.

Sobre a inadimplência, Angelotti disse que apesar do aumento no primeiro trimestre, considerando tanto o indicador de curto como de longo prazo, a expectativa do Bradesco é de estabilidade.

O índice, considerando os atrasos acima de 90 dias, deve encerrar o ano, segundo ele, com 0,1 ponto porcentual para cima ou para baixo.

"No primeiro trimestre, já era esperado um aumento sazonal que decorre principalmente da pessoa física com concentração de pagamentos tributos, despesas escolares, férias. No período seguinte, retorna a patamares normais", explicou o executivo.

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