Economia

Bradesco eleva de zero para 0,7% previsão para PIB em 2017

Em 2018, o banco vê avanço para a economia brasileira de 2,5%, ante 2% previsto anteriormente

Bradesco: o banco espera que o BC vai seguir cortando juros (Adriano Machado/Bloomberg)

Bradesco: o banco espera que o BC vai seguir cortando juros (Adriano Machado/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de setembro de 2017 às 14h03.

São Paulo - O Bradesco divulgou nesta sexta-feira (8) revisão de projeções para o Brasil, em que vê um cenário de menor inflação, juro mais baixo e maior crescimento da economia este ano e no próximo. A estimativa de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017 passou de crescimento zero para 0,7%. Em 2018, o banco vê avanço de 2,5%, ante 2% previsto anteriormente.

"A recuperação da economia se consolida, sem aceleração da inflação", destaca o relatório do banco. "As notícias positivas com o desempenho da atividade econômica continuam." O banco ressalta que, além da surpresa com o PIB do segundo trimestre, um conjunto amplo de indicadores do início do terceiro trimestre confirmam que a retomada tem persistido.

Em meio às mudanças de previsões, o Bradesco cortou a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano, de 3,4% para 3% e em 2018 estima que o indicador deve ficar em 3,9%. "Apesar dos sinais de retomada do consumo, as surpresas baixistas com a inflação persistem", destaca o documento.

Com o quadro benigno para a inflação e o crescimento moderado do PIB, o Bradesco espera que o BC vai seguir cortando juros. Com isso, a estimativa para a taxa básica, a Selic, no final de 2017 foi cortada de 7,5% para 7% ao ano. Para o banco, este patamar deve seguir em 2018. "Os limitados riscos para a inflação de 2018 devem fazer o Banco Central seguir cortando um pouco mais os juros."

Um dos fatores que devem contribuir para a baixa pressão inflacionária é o comportamento da taxa de câmbio, destaca o relatório.

O Bradesco projeta que o dólar feche o ano em R$ 3,10 e termine 2018 em R$ 3,20. "Entendemos que os prêmios de risco do país devam se manter relativamente estáveis e que o cenário externo continuará ao menos razoável para preços de ativos dos países emergentes."

Ao falar do PIB, a retomada da economia tem sido puxada pelo consumo privado, destaca o Bradesco, ressaltando que este "é o primeiro passo para que os investimentos também voltem a crescer".

O banco observa que o mercado de crédito dá sinais de recuperação. O relatório também menciona a retomada do mercado de desemprego. O Bradesco espera que a taxa média de desemprego fique em 13,1% este ano e 13% em 2018.

Fiscal

O Bradesco prevê déficit primário de R$ 159 bilhões em 2017, mesmo valor da meta do governo. "Para atingir esse resultado, alguns fatores terão de ser observados até o final do ano, como aumento da arrecadação de impostos com PIS/Cofins de combustíveis e Refis", menciona o relatório.

Para 2018, o banco espera melhora do resultado primário por conta do maior crescimento da economia e do programa de privatizações do governo, que deve gerar recursos extras para os cofres públicos. A estimativa do banco é que o déficit fique ao redor de R$ 155 bilhões, pouco abaixo da meta do governo, também de R$ 159 bilhões.

Acompanhe tudo sobre:Bradescoeconomia-brasileiraPIB do Brasil

Mais de Economia

Qual estado melhor devolve à sociedade os impostos arrecadados? Estudo exclusivo responde

IPCA-15 de novembro sobe 0,62%; inflação acumulada de 12 meses acelera para 4,77%

Governo corta verbas para cultura via Lei Aldir Blanc e reduz bloqueio de despesas no Orçamento 2024

Governo reduz novamente previsão de economia de pente-fino no INSS em 2024