Prédio do Federal Reserve (Fed) em Washington (Chip Somodevilla/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 25 de fevereiro de 2019 às 08h33.
Nova York - O presidente da distrital do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) em Atlanta, Raphael Bostic, continua a favor de mais altas de juros pelo Fed, incluindo uma este ano e outra em 2020.
"Desde que a economia esteja indo bem...e não tenhamos sinais de que nossas medidas estão levando a economia a se contrair, eu acho que ainda há espaço para seguir" com um ritmo bem lento de elevações de juros", afirmou Bostic em entrevista ao The Wall Street Journal.
Bostic, que não vota nas reuniões de política monetária do Fed este ano, reduziu sua previsão para as taxas de juros em meio a uma percepção de crescente incertezas. No ano passado, Bostic previa duas altas de juros em 2019.
Ao longo de 2018, o Fed elevou juros em quatro ocasiões, para a faixa de 2,25% a 2,50%. Em dezembro, os dirigentes do BC americano previam outros dois aumentos este ano.
Desde então, porém, o Fed deu uma pausa nas elevações. Com a desaceleração da economia global, a queda na confiança de empresas e consumidores e a inflação nos EUA ainda abaixo da meta de 2% do Fed, autoridades da instituição dizem dispor de tempo para avaliar a economia antes de decidir os próximos passos da política monetária.
Também na entrevista, Bostic enfatizou que seu objetivo é levar o juro principal do Fed para o chamado nível neutro, em que a taxa nem estimula nem prejudica o crescimento econômico. Segundo ele, as condições atuais sugerem que os EUA estão próximos do piso de uma faixa de neutralidade.
"Eu preferiria que não ficássemos em nenhum tipo de posição de estímulos", disse Bostic. "Estamos num período de crescimento que dura 10 anos. A economia parece estar forte. Minha opinião é que devemos deixá-la por contra própria e permitir que a economia faça o que está fazendo", acrescentou.
Bostic disse ainda esperar que os EUA cresçam entre 2,2% e 2,5% este e prever que a inflação não ultrapassará a meta de 2% do Fed. Fonte: Dow Jones Newswires.