Economia

Boom de exportações de petróleo nos EUA é teste a infraestrutura

Transportadores e operadores temem que a tendência ascendente não seja sustentável e, se os limites forem atingidos, poderá pressionar o preço

Petróleo: exportações de petróleo dos EUA cresceram desde que uma proibição de décadas atrás foi revogada (Regis Duvignau/Reuters)

Petróleo: exportações de petróleo dos EUA cresceram desde que uma proibição de décadas atrás foi revogada (Regis Duvignau/Reuters)

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Reuters

Publicado em 30 de outubro de 2017 às 15h30.

Nova York/Houston - Os navios petroleiros que transportam volumes recordes de petróleo estão deixando em massa os portos do Texas e da Louisiana, e um maior crescimento no mercado de exportação da commodity pelos Estados Unidos poderá testar os limites de ativos de infraestrutura, como as tubulações, o espaço das docas e o tráfego das embarcações.

As exportações de petróleo dos EUA cresceram desde que uma proibição de décadas atrás foi revogada há menos de dois anos, com os embarques recentemente atingindo um recorde de 2 milhões de barris por dia. Mas os transportadores e operadores temem que a tendência ascendente não seja sustentável e, se os limites forem atingidos, poderá pressionar o preço do petróleo norte-americano.

A quantidade de petróleo bruto que os Estados Unidos podem exportar é um mistério. A maioria dos operadores de terminais e empresas não divulgam a capacidade, e agências federais, como o Departamento de Energia dos Estados Unidos, não a monitora.

Ainda assim, a infraestrutura de exportação de petróleo provavelmente precisará de investimentos adicionais nos próximos anos. Os gargalos atingiriam não apenas a capacidade de armazenamento e carregamento, mas também itens como a conectividade dos oleodutos e o tráfego dos navios.

Os analistas acreditam que as operadoras começarão a enfrentar gargalos se as exportações aumentarem para 3,5 milhões a 4 milhões de barris por dia (bpd). Os analistas da RBC Capital consideram um valor menor, em torno de 3,2 milhões de bpd.

Os Estados Unidos ainda não se aproximaram disso. Nos dias de carregamentos mais fortes, os principais locais de exportação (Houston, Port Arthur, Corpus Christi e St. James/New Orleans) embarcaram cerca de 3,2 milhões de bpd, de acordo com o Kpler, um serviço de rastreamento de cargas.

Mas com a produção total de petróleo dos EUA atualmente em 9,5 milhões de barris por dia, com previsão de aumento de 800 mil a 1 milhão de bpd por ano, a capacidade de exportação pode ser testada em breve. Ao longo das últimas quatro semanas, as exportações apresentaram uma média de 1,7 milhão de bpd, mais do que o triplo em relação a um ano antes.

"No momento, parece haver um pouco mais de espaço para os níveis de exportação", disse o chefe da pesquisa de mercados de energia do Barclays, Michael Cohen.

"Daqui a dois ou três anos, se a produção dos EUA continuar a crescer nos níveis atuais, o mercado acabará por indicar que é necessária mais infraestrutura. Mas não acho que muitos desses planos estejam sendo feitos agora."

Se as exportações atingirem um gargalo, isso estabeleceria um limite máximo sobre a quantidade de petróleo que poderá ser exportada. A crescente produção doméstica e as avenidas de exportação limitadas poderiam afundar os preços do petróleo nos EUA.

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