Economia

Bolsonaro volta a atuar a favor de interesses de policiais na Previdência

Presidente pediu que parlamentares acatassem pedidos da categoria; nesta quarta, presidente fez proposta a policiais, que não aceitaram

Apoio: Bolsonaro é fortemente ligado à categoria de policiais militares (Marcos Corrêa/PR/Flickr)

Apoio: Bolsonaro é fortemente ligado à categoria de policiais militares (Marcos Corrêa/PR/Flickr)

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Reuters

Publicado em 4 de julho de 2019 às 10h41.

Última atualização em 4 de julho de 2019 às 10h44.

Brasília — O presidente Jair Bolsonaro fez um apelo manhã desta quinta-feira, em encontro com a Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), para que os parlamentares da bancada ruralista atendam a demanda de policiais na votação da reforma da Previdência e negou que a iniciativa seria privilégio para a categoria.

"Estamos discutindo aqui a questão da nova Previdência e estamos com problema na questão de policiais militares, também policiais federais e rodoviários federais. Também gostaria de deixar bem claro que policial militar nunca teve privilégio no Brasil. Então, qualquer discurso para mudança de policial militar, se fala de restabelecer privilégio, isso não é verdade", disse.

"Apelo aos senhores nessa questão específica, vamos atender, que seja em parte, porque os policiais militares são mais do que nossos aliados, são aqueles que dão as suas vidas por nós todos brasileiros. O mesmo no tocante a policial federal e polícia rodoviária federal. Tem um equívoco que nós, eu governo, erramos e dá para resolver essa questão através do bom senso de todos os senhores", completou, em evento na FPA em Brasília.

Na véspera, o presidente empenhou-se pessoalmente a defender — durante as discussões para a formatação do último parecer da reforma na comissão especial da Câmara — medidas que beneficiem policiais na reforma.

Segundo o porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, Bolsonaro pediu ao ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que se encontrasse com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para levar suas percepções sobre as demandas de policiais por concessões à categoria, à qual Bolsonaro é fortemente ligado.

Votação

A Comissão Especial da Reforma da Previdência na Câmara retomou o processo de votação do relatório do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) no início desta manhã de quinta-feira, 4.

O presidente do colegiado, Marcelo Ramos (PL-AM), deverá pôr em votação um requerimento da oposição para a retirada do relatório de pauta. O instrumento é usado para obstruir a análise do texto, mas deverá ser rejeitado pela maioria do colegiado.

Em seguida, a comissão analisará o texto-base do relatório, que não pode mais ser modificado, e depois os destaques apresentados. Pode, no entanto, haver pedidos para inverter essa ordem. Até o momento, foram apresentados 138 destaques, mas 14 já foram retiradas. Do restante, 25 são de bancadas e 99 individuais. Ramos deu prazo até as 10h desta quinta para que novos destaques sejam apresentados.

O presidente da comissão especial da reforma da Previdência na Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), afirmou ter expectativa de votação do texto-base ainda na manhã.

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