Auxílio emergencial: indefinição sobre valor (Marcelo Casal Jr/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 29 de agosto de 2020 às 17h33.
Última atualização em 31 de agosto de 2020 às 09h03.
O líder do Centrão e aliado do presidente Jair Bolsonaro, deputado Arthur Lira (Progressistas-AL), disse neste sábado, 29, nas redes sociais que o governo vai anunciar na terça-feira, 1º, a prorrogação do auxílio emergencial pago a informais e desempregados durante a pandemia do novo coronavírus.
Na postagem, o deputado não faz referência ao valor das próximas parcelas do benefício. "Na terça-feira, vamos ao Palácio do Alvorada anunciar, junto com o presidente @jairbolsonaro, a prorrogação do auxílio emergencial, benefício tão importante para milhões de brasileiros que precisam dessa ajuda para enfrentar esse período da pandemia", escreveu Lira.
Mais cedo, em evento na cidade goiana de Caldas Novas, o presidente Bolsonaro reafirmou que estenderá o pagamento do auxílio emergencial até dezembro deste ano, sem também especificar um valor.
"É pouco para quem recebe e muito para quem paga. Vocês gastam por mês 50 bilhões de reais neste auxílio. Nós pretendemos, com um valor menor, que obviamente não será 600 reais, mas também não será 200, prorrogá-lo até o final do ano e com isso fazer com que a economia volte à sua normalidade", disse Bolsonaro ao inaugurar usina de energia solar do Grupo DiRoma, de propriedade da deputada do Centrão Magda Mofatto (PL-GO).
Nesta semana, o presidente teve reuniões com ministros, incluindo o da Economia, Paulo Guedes, para tratar da prorrogação do auxílio. O governo deve prorrogar o auxílio emergencial até o fim do ano com quatro parcelas de 300 reais, que é o valor defendido por Bolsonaro.
A ideia do governo é que a extensão do auxílio seja uma transição para um "pouso suave" no Renda Brasil, que substituirá o Bolsa Família e ainda está em estudo pela equipe econômica, que tenta encontrar fontes de recursos para o novo programa.
O anúncio do Renda Brasil ficará para um segundo momento para que Guedes tenha mais tempo para encontrar espaço para acomodar o novo gasto dentro do teto, que limita o avanço das despesas à inflação.
O presidente quer um plano que não inclua a revisão ou a extinção de outros benefícios, como o abono salarial, por exemplo.
O auxílio emergencial foi criado originalmente para durar três meses - tendo como base os meses de abril, maio e junho. Depois, o governo prorrogou o benefício por duas parcelas - julho e agosto - por meio de decreto.
O valor de 600 reais foi mantido durante todo esse período. Para alterar o valor, será preciso a edição de uma medida provisória, que tem vigência imediata.