Bolsonaro: presidente defendeu que seja preservado o teto de gastos públicos (Isac Nóbrega/PR/Flickr)
Reuters
Publicado em 5 de setembro de 2019 às 08h41.
Última atualização em 5 de setembro de 2019 às 09h40.
São Paulo — O presidente Jair Bolsonaro defendeu nesta quinta-feira (5), que seja preservado o teto de gastos públicos, afirmando que ceder nessa questão seria "abrir uma rachadura no casco do transatlântico", um dia após ter indicado apoio à flexibilização da medida.
Temos que preservar a Emenda do Teto. Devemos sim, reduzir despesas, combater fraudes e desperdícios. Ceder ao teto é abrir uma rachadura no casco do transatlântico. O Brasil vai dar certo. Parabéns a nossos ministros pelo apoio às medidas econômicas do Paulo Guedes.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) September 5, 2019
Na véspera, em entrevista na saída do Palácio da Alvorada, o presidente havia indicado que era favorável a mudanças na lei, aprovada em 2016 no governo do ex-presidente Michel Temer como uma medida de austeridade fiscal, uma vez que limita o crescimento das despesas públicas ao percentual da inflação do ano anterior.
"Temos um Orçamento, tem as despesas obrigatórias, estão subindo. Acho que daqui a dois ou três anos vai zerar as despesas discricionárias. É isso? Isso é uma questão de matemática, nem preciso responder para você, isso é matemática", disse Bolsonaro.
Nesta quarta-feira, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também se manifestou contrário a qualquer flexibilização, dizendo que "o teto de gastos está sólido" e que não adianta aumentar gasto se não reduzir a despesa". "É besteira. Vai ter de aumentar imposto. O que está pressionando o teto é inflação baixa e indexação do orçamento. Então é isso que tem de resolver", destacou.
Em resposta a Maia, o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, disse que o governo Bolsonaro não vai mais exigir impostos da sociedade e estuda medidas, que estão sendo elaboradas pela equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, para deliberar sobre qual ajuste fará nessa regra criada no governo do ex-presidente Michel Temer, em 2016.