Economia

Bolsonaro recebe governadores: crise do Oiapoque ao Chuí

Grupo deve pedir urgência na aprovação de medidas que aliviem seu orçamento, como recursos para pagamento de folha e renegociação da dívida

João Doria; já são 17 secretários confirmados para novo governo a partir de 2019

João Doria; já são 17 secretários confirmados para novo governo a partir de 2019

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Da Redação

Publicado em 14 de novembro de 2018 às 06h31.

Última atualização em 14 de novembro de 2018 às 06h52.

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, participa de encontro com governadores a partir do meio-dia desta quarta-feira, em Brasília. No fim da tarde, embarca de volta ao Rio de Janeiro, onde deve passar o feriado. Levará na bagagem uma enxurrada de demandas para tirar os estados do atoleiro fiscal.

O encontro foi organizado por três dos eleitos que mais se beneficiaram do nome de Bolsonaro: o paulista João Doria (PSDB), Wilson Witzel (PSC), do Rio, e Ibaneis (MDB), eleito no Distrito Federal. O futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, também deve estar presente. O fato de Doria ser o responsável pelo encontro faz com que um grupo de governadores de oposição, sobretudo do Nordeste, avalie não participar da reunião, informa O Globo.

Embora não tenha sido formalmente organizado pelo futuro presidente, o encontro deve por em debate questões que afetarão e muito seu futuro governo. O grupo de governadores deve pedir urgência na aprovação de medidas que aliviem seu orçamento já para 2019 e 2020. Precisam de mais recursos da União para o pagamento da folha e de mais prazos para quitar dívidas. Projetos conjuntos para atacar a crise de segurança, uma pauta cara ao futuro presidente, também devem entrar na pauta.

Praticamente todos os estados brasileiros estão acima da regra de 60% de gasto com funcionalismo e a tendência é de piora, segundo Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados e colunista de EXAME. “Uma necessidade urgente não é apenas renegociar a dívida, mas partir para uma reforma da previdência no ano que vem”.

Entre os casos mais dramáticos está o do Rio Grande do Sul, que deixou de pagar em dia o funcionalismo em outubro e deve ter um déficit de 7 bilhões de reais em 2019. Segundo Eduardo Leite (PSDB), eleito governador do estado, a situação do Rio Grande do Sul e das demais unidades federativas é chave para o sucesso do novo governo. “O desafio de Bolsonaro é retomar a confiança dos investidores. E, para isso acontecer, as contas estaduais precisam estar saneadas”, afirmou em entrevista publicada na atual edição de EXAME.

Nesta quarta-feira vai ficar claro que os desafios econômicos de Bolsonaro e Paulo Guedes vão do Norte ao Sul do país.

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