Bolsonaro, do PSL, pré-candidato à eleição presidencial no Brasil, participa de debate durante o Unica Fórum, em São Paulo. 18 de junho de 2018 Foro: REUTERS/Paulo Whitaker (Paulo Whitaker/Reuters)
João Pedro Caleiro
Publicado em 18 de junho de 2018 às 16h11.
Última atualização em 18 de junho de 2018 às 18h43.
São Paulo - Jair Bolsonaro, pré-candidato a Presidência pelo PSL, defendeu nesta quinta-feira (18) seu histórico de votações em palestra em São Paulo..
"Não defendo estatizações agora", disse quando questionado sobre sua notória defesa da gestão econômica e social da ditadura militar.
Bolsonaro participou com outros pré-candidatos do UNICA Fórum, evento do setor da indústria de cana de açúcar, em São Paulo.
O pré-candidato também defendeu a sinceridade da sua aproximação com o liberalismo, que caracterizou como uma evolução pessoal:
"Não procurei Paulo Guedes como cartão de visita", disse sobre a contradição entre seu histórico estatizante e intervencionista e a tradição liberal do principal assessor econômico de sua campanha.
Em coletiva de imprensa, ele disse que foi favorável ao teto de gastos "diferentemente do Pérsio Arida, que mentirosamente diz que eu votei contrário".
Ele também defendeu que a reforma trabalhista seja aprofundada, destacando que o empresariado tem dito a ele que será precisar decidir se o trabalhador terá menos direitos e mais emprego ou o contrário.
No entanto, Bolsonaro atacou a proposta de reforma da Previdência negociada (e engavetada) pelo governo de Michel Temer.
"No Piauí, a expectativa de vida está na casa dos 69. Quando você bota 65 [de idade mínima], você convida a oposição a fazer a sua política e melar essa proposta que eu também votaria contra tendo em vista querer de imediato resolver um problema que vem de muito tempo".
Sobre a possibilidade do seu governo aprovar uma idade mínima para aposentadoria, algo que hoje poucos países do mundo não tem, o pré-candidato defendeu um ajuste gradual no modelo atual.
"Exemplo: Servidor público [se aposenta com] 60 de idade [mínima] e 35 de contribuição, se o governo passar pra 61 e 36, o outro [presidente] pode passar pra 62 e 37".
A Previdência consumiu 63% das receitas tributárias de 2017, ou 57% de todas as despesas primárias, e teve rombo recorde de 268,799 bilhões de reais em 2017, alta de 18,5% sobre o ano anterior.