Economia

Bolsonaro pede que supermercados tenham "patriotismo" e baixem preços

Preço de produtos da cesta básica tem sido uma queixa constante nas redes sociais do presidente

Jair Bolsonaro: "Ninguém pode trabalhar de graça. Mas a melhor maneira de controlar a economia é não interferindo. Porque se interferir, der canetada, não dá certo" (Carolina Antunes/PR/Flickr)

Jair Bolsonaro: "Ninguém pode trabalhar de graça. Mas a melhor maneira de controlar a economia é não interferindo. Porque se interferir, der canetada, não dá certo" (Carolina Antunes/PR/Flickr)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de setembro de 2020 às 15h23.

Última atualização em 4 de setembro de 2020 às 16h57.

Em conversa com populares em Eldorado, interior de São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que está conversando com intermediários e com representantes de grandes redes de supermercados para tentar evitar uma alta maior nos produtos da cesta básica.

O presidente disse que irá dar "canetadas", mas pede "patriotismo".

O preço de produtos como arroz e feijão tem sido uma queixa constante nas redes sociais do presidente, especialmente relacionadas à decisão do governo de reduzir para 300 reais o auxílio emergencial que será pago até dezembro.

Em vídeo publicado por um dos canais bolsonaristas, o presidente se aproxima de um grupo de pessoas e pergunta se o arroz e o feijão estão "subindo muito", e recebe uma resposta afirmativa.

"Só para vocês saberem, já conversei com intermediários, vou conversar logo mais com a associação de supermercados para ver se a gente .... não é no grito, ninguém vai dar canetada em lugar nenhum", disse o presidente, continuando depois: "Então estou conversando para ver se os produtos da cesta básica aí... Estou pedindo um sacrifício, patriotismo para os grandes donos de supermercados para manter na menor margem de lucro."

"Ninguém pode trabalhar de graça. Mas a melhor maneira de controlar a economia é não interferindo. Porque se interferir, der canetada, não dá certo", acrescentou.

Bolsonaro justificou o aumento de preços pelo pagamento do auxílio emergencial, que levou as pessoas a gastar "um pouco mais."

"Muito papel na praça, a inflação vem", disse.

Levantamento feito pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP mostra que as commodities agrícolas de fato tiveram altas recordes nos últimos meses, puxadas também pela alta demanda externa e influenciadas pela queda do real perante o dólar, além do fato da demanda interna não ter caído pelo pagamento do auxílio emergencial.

O enfraquecimento da moeda brasileira faz o produto nacional ficar mais barato lá fora e aumentar a exportação, enquanto a demanda interna não caiu. Trigo, milho e arroz seriam os produtos da cesta básica que mais subiram de preço, de acordo com o Cepea. A alta do arroz teria sido de 100% em 12 meses e do milho, de 65%.

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