Economia

Bolsonaro diz que política de preços da Petrobras pode mudar

As declarações de Bolsonaro vêm depois do anúncio de que os preços da Petrobras para venda de gás natural a distribuidoras terão salto de 39% a partir de 1° de maio

Presidente Jair Bolsonaro (Andressa Anholete/Bloomberg)

Presidente Jair Bolsonaro (Andressa Anholete/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 7 de abril de 2021 às 17h18.

Última atualização em 9 de abril de 2021 às 08h21.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira que o aumento do preço do gás anunciado pela Petrobras nesta semana, de 39%, é "inadmissível" e, apesar de dizer que não irá interferir na estatal, afirmou que a política de preços da empresa pode mudar.

"É uma empresa [Petrobras] que, mais do que transparência, tem de ter previsibilidade. É inadmissível se anunciar agora, o velho presidente [da Petrobras] ainda, o reajuste de 39% no gás. É inadmissível! Que contratos são esses? Que acordos foram esses? Foram feitos pensando no Brasil?", indagou Bolsonaro em discurso na cerimônia de posse do novo diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, general João Francisco Ferreira.

"Não vou interferir, a imprensa vai dizer o contrário. Mas podemos mudar essa política de preço lá", acrescentou o presidente.

As declarações de Bolsonaro vêm depois do anúncio, na segunda-feira, de que os preços da Petrobras para venda de gás natural a distribuidoras terão salto de 39% a partir de 1° de maio, quando a companhia aplicará um reajuste trimestral previsto em contrato.

Recentemente, Bolsonaro decidiu retirar Roberto Castello Branco do cargo de presidente executivo da Petrobras em meio a divergências sobre a política de preços de combustíveis adotadas pela estatal, e colocar em seu lugar o general da reserva Joaquim Silva a Luna, que ocupava a diretoria-geral brasileira de Itaipu. A decisão gerou forte reação do mercado financeiro, com expressiva queda das ações da Petrobras na B3.

No discurso desta quarta em Foz do Iguaçu, no Paraná, Bolsonaro disse ainda que precisou retirar do Congresso o projeto de lei que alterava a forma de cobrança do ICMS sobre os combustíveis pelos estados, uma de suas apostas para buscar reduzir o preço dos combustíveis, que enfrenta resistência dos governadores, mas que reenviará novamente a proposta em 15 dias.

Segundo o presidente, é preciso previsibilidade para a política de preços da Petrobras e a população não pode viver com a "sanha arrecadatória" do governo federal e dos governos estaduais.

"O que nós queremos é transparência. Vocês têm de saber quanto o governo federal arrecada de imposto em cada combustível e quanto os governadores arrecadam com os mesmos combustíveis. Isso é pedir muito? A previsibilidade é para vocês, consumidores", afirmou.

"Não pode toda vez que sobem os preços dos combustíveis mais alguns centavos, esses centavos serem multiplicados na ponta da linha pela voracidade da arrecadação de imposto. Não pode toda vez que diminui o preço do combustível, na bomba, no final, ele não diminuir."

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