Economia

Bolsonaro diz que Brasil é o pobre na relação com EUA e nega baratear real

Resposta de Bolsonaro veio depois que Donald Trump acusou Brasil e Argentina de desvalorizarem as próprias moedas

Donald Trump; Jair Bolsonaro (Al Drago/Bloomberg)

Donald Trump; Jair Bolsonaro (Al Drago/Bloomberg)

AO

Agência O Globo

Publicado em 4 de dezembro de 2019 às 11h06.

Última atualização em 4 de dezembro de 2019 às 11h07.

São Paulo — O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira que o Brasil não está aumentando artificialmente o preço do dólar. Ele ressaltou que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, vem vendendo dólares no mercado para diminuir o valor da moeda.

"Várias vezes o Roberto Campos (presidente do Banco Central) interferiu vendendo dólares, nós não queremos aqui aumentar artificialmente, não estamos aumentando artificialmente o preço do dólar", disse o presidente.

A resposta de Bolsonaro veio depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou, em rede social, o Brasil e a Argentina de desvalorizarem as próprias moedas de forma deliberada. Em retaliação, anunciou que elevaria as tarifas sobre as importações americanas sobre o aço e o alumínio de ambas as nações.

Bolsonaro disse que está conversando com o governo americano sobre a questão e ressaltou que nenhum produto foi sobretaxado ainda. O presidente comparou a economia brasileira com a americana, classificando o Brasil como os “pobres da história”.

"Você pode ver, nós importamos etanol deles, eles querem agora, está bastante avançado, mandar trigo para gente. Somos os pobres da história, eu não sei quantas vezes a economia deles é maior do que a nossa, eu não sei quantas vezes, várias vezes. Nós estamos com bodoque, estilingue, os caras estão com uma .50 (metralhadora de calibre .50). Existe um certo exagero no que está acontecendo. Por enquanto não foi sobretaxado nada, só tem a promessa dele no Twitter", afirmou.

Apesar dos atritos causados pelo anúncio de Trump, Bolsonaro diz que acredita nele, mas ressaltou que não tem idolatria por ninguém.

"Eu acredito no Trump. Não tenho nenhuma idolatria por ninguém, tenho uma amizade, não vou falar amizade, não frequento a casa dele, nem ele a minha. Mas temos um contato bastante cordial. Não tem decepção porque não bateu o martelo ainda. Não é porque um amigo meu falou grosso numa situação qualquer, eu já vou dar as costas para ele", disse.

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