Economia

Bolsonaro desiste de Renda Brasil, e Bolsa Família segue no formato atual

Presidente afirmou que o governo não irá congelar aposentadorias ou reduzir auxílios a idosos e deficientes para financiar criação do programa

Jair Bolsonaro: "Até 2022, no meu governo, está proibido falar em Renda Brasil. Vamos continuar com o Bolsa Família" (Carolina Antunes/PR/Flickr)

Jair Bolsonaro: "Até 2022, no meu governo, está proibido falar em Renda Brasil. Vamos continuar com o Bolsa Família" (Carolina Antunes/PR/Flickr)

Victor Sena

Victor Sena

Publicado em 15 de setembro de 2020 às 10h27.

Última atualização em 15 de setembro de 2020 às 12h33.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira que o governo não irá mais criar o programa Renda Brasil e continuará apenas com o Bolsa Família.

Em um vídeo publicado em suas redes sociais, o presidente disse que o governo não irá congelar aposentadorias ou reduzir auxílios a idosos e deficientes para financiar o programa, e que não vai aceitar propostas deste tipo.

Bolsonaro citou manchetes de jornais que diziam que o Ministério da Economia considerava interromper reajustes nos salários de aposentados para garantir receitas para o novo programa.

O Renda Brasil pretendia aumentar o valor do Bolsa Família para um patamar próximo das últimas parcelas do auxílio emergencial, que terminará 2020 no valor de R$ 300.

"Eu já disse que não posso tirar dos pobres para dar aos paupérrimos. Quem por ventura aparecer com uma proposta dessa, eu só posso dar um cartão vermelho", disse o presidente.

"Até 2022, no meu governo, está proibido falar em Renda Brasil. Vamos continuar com o Bolsa Família", disse Bolsonaro

Nas últimas semanas, o Palácio do Planalto e o Ministério da Economia estavam tentando encontrar fontes de financiamento para o programa. A equipe de Paulo Guedes chegou a propor cortes de outros programas sociais, como a Farmácia Popular e o abono salarial, para compensar o aumento no valor.

O Ministério também indicou que o fim de abatimentos no Imposto de Renda da Pessoa Física poderia ajudar na composição do aumento de gastos. Bolsonaro, no entanto, vetou todas as opções.

O governo federal pretendia aumentar o valor do Bolsa Família para manter a popularidade alcançada pelo pagamento do auxílio emergencial, criado devido à pandemia do novo coronavírus. Além disso, esse benefício temporário revelou que o Bolsa Família ainda deixa de atender parte da população carente, a quem Paulo Guedes chamou de "invisíveis".

A mudança no nome de Bolsa Família para Renda Brasil também tinha a intenção de desassociar o programa dos governos petistas de Lula e Dilma Rousseff.

 

Na manhã desta terça, Bolsonaro chamou o ministro da Economia, Paulo Guedes, para uma reunião de emergência.

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