Bolsonaro admite a necessidade de uma reforma da Previdência (Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
João Pedro Caleiro
Publicado em 13 de outubro de 2017 às 11h19.
Última atualização em 13 de outubro de 2017 às 13h08.
São Paulo - Jair Bolsonaro, deputado federal (PSC) e aspirante à Presidência, disse em entrevista à Bloomberg que admite privatizar a Petrobras e chamou a China de "sem coração", sugerindo restringir seu acesso à indústrias-chave do Brasil.
O presidenciável reconhece ter apenas um "entendimento superficial" de Economia e diz que pessoas próximas a ele dizem ser "muito bom" se a equipe econômica fosse a mesma ou muito similar à atual (com exceção do atual ministro da Fazenda, Henrique Meirelles).
Na entrevista, Bolsonaro fala em cortar gastos públicos e atacar fraudes no sistema de benefícios públicos.
Cerca de 90% dos gastos públicos são atualmente obrigatórios por lei e economistas apontam que a margem para cortes nas despesas discricionárias (os outros 10%) está perto do limite máximo que ainda permita manter o governo em funcionamento.
O candidato admite a necessidade de uma reforma da Previdência mas prefere uma abordagem mais gradual do que a adotada pela proposta do governo de Michel Temer atualmente em tramitação.
A Previdência é hoje o maior gasto do governo e deve chegar a 58% do Orçamento em 2018, com previsão de déficit total de R$ 300 bilhões no sistema.
Bolsonaro expressa vontade de que a taxa básica de juros seja cortada para 2%, apesar do seu mínimo histórico ter sido de 7,25% e das previsões atuais de mercado serem de 7% no final de 2017 e 2018.
A Bloomberg classifica as propostas do candidato como "se não populistas, certamente heterodoxas", citando a ideia de fazer uma campanha presidencial com apenas 1 milhão de reais e a negação de que o regime militar tenha sido uma ditadura.