Medida boliviana se soma à tomada pela Argentina, que decidiu no último dia 16 de abril expropriar as ações da espanhola Repsol da companhia petrolífera YPF (Jorge Bernal/ AFP)
Da Redação
Publicado em 4 de maio de 2012 às 22h03.
Cartagena - O chanceler da Bolívia, David Choquehuanca, justificou a desapropriação da Transportadora de Eletricidade (TDE), filial da Rede Elétrica Espanhola (REE), ao assinalar que a medida responde a um ''mandato constitucional''.
Em entrevista à Agência Efe nesta sexta-feira em Cartagena, onde o chanceler participou da reunião ministerial da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), Choquehuanca afirmou que ''no programa de governo do presidente (Evo) Morales está a recuperação de nossas empresas estratégicas''.
Com a desapropriação da TDE, o país andino recupera também ''a dignidade e a soberania sobre os recursos naturais da Bolívia'', segundo o ministro, que lembrou que ''segundo a Constituição é o Estado que deve conduzir o setor dos serviços. E isso é de conhecimento público''.
Morales anunciou a tomada da TDE no Dia do Trabalho sob o argumento de uma suposta falta de investimentos e como ''homenagem aos trabalhadores e ao povo boliviano, que lutou pela recuperação dos recursos naturais e dos serviços básicos''.
Esta medida boliviana se soma à tomada pela Argentina, que decidiu no último dia 16 de abril expropriar as ações da espanhola Repsol da companhia petrolífera YPF.
No entanto, o chanceler boliviano insistiu, como já fizeram membros de seu governo na terça-feira passada, que ''a Bolívia vai garantir um preço justo'' e que ''as autoridades competentes trabalharão para não assustar as empresas''.
''A Bolívia é um país rico em recursos naturais. O presidente Morales indicou que nós precisamos de parceiros, não patrões. Queremos investimentos que nos ajudem a sair da pobreza. Até agora os investimentos se dedicaram ao saque sistemático de nossos recursos naturais'', destacou.