Na Focus divulgado nesta segunda-feira, a projeção para a Selic no fim de 2025 continuou em 9,00%, mesma mediana de quatro semanas atrás (Getty/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 3 de abril de 2023 às 09h47.
A expectativa do mercado para a taxa básica de juros ficou estável para o fim de deste ano no Boletim Focus. No mês passado o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a Selic em 13 75% ao ano pela quinta reunião seguida.
A mediana para os juros básicos no fim de 2023 seguiu em 12,75% ao ano, enquanto para o término de 2024 continuou em 10,00%. Há quatro semanas, as estimativas já estavam nesse patamar. Considerando apenas as 63 respostas dos últimos cinco dias úteis a mediana para o fim de 2023 passou de 12,75% para 12,50%. Para o fim de 2024, permaneceu em 10,00%, com 60 atualizações na última semana.
Na segunda reunião do Copom no novo governo Lula, o colegiado afirmou que a conjuntura, marcada por alta volatilidade nos mercados financeiros e expectativas de inflação desancoradas em relação às metas em horizontes mais longos, demanda maior atenção na condução da política monetária.
Na Focus divulgado nesta segunda-feira, a projeção para a Selic no fim de 2025 continuou em 9,00%, mesma mediana de quatro semanas atrás. O boletim ainda trouxe a projeção para a Selic no fim de 2026, que passou de 9,00% para 8,75%, retornando ao nível de um mês antes.
O Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 3, mostrou estabilidade no cenário de crescimento econômico neste ano. A mediana para a alta do PIB em 2023 seguiu em 0,90%, contra 0,85% há um mês. Considerando apenas as 33 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2023, por sua vez, recuou de 0,98% para 0,85%.
Para 2024, o Relatório Focus mostrou mudança na perspectiva de crescimento do PIB de 1,40% para 1,48%, contra 1,50% de um mês atrás. Considerando apenas as 29 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB de 2024 também melhorou, de 1,40% para 1,50%.
Em relação a 2025, a mediana aumentou de 1,71% para 1,80%, mesmo patamar de quatro semanas antes. O Boletim ainda trouxe a estimativa para 2026, que recuou de 1,78% para 1,80%, ante 2,00% de quatro semanas antes.
O Banco Central elevou sua estimativa para o crescimento do PIB deste ano de 1,0% para 1,2% no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) da semana passada. Já na grade de parâmetros divulgada no último dia 17 pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda, a estimativa do governo para a expansão da atividade em 2023 passou de 2,1% para 1,6%.
Após a apresentação da proposta de novo arcabouço fiscal pelo Ministério da Fazenda na quinta-feira passada, a projeção para o déficit primário em 2023 apenas oscilou no Boletim Focus, de 1 02% para 1,01% do PIB, contra 1,00% quatro semanas antes. Para o déficit nominal este ano, a mediana continuou em 7,80% na última semana, de 7,85% do PIB há um mês.
O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.
Em relação ao indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2023, a estimativa passou de 61,00% para 61,15% do PIB, de 61,00% há um mês.
Para 2024, a projeção para o rombo primário continuou em 0,80% do PIB, enquanto o déficit nominal previsto variou de 7,40% para 7,10% do PIB. Há um mês, os porcentuais eram de 0,75% e 7,35% do PIB, nessa ordem.
No caso da dívida, a estimativa seguiu em 64,50%, contra 64,00% de quatro semanas antes.
Os economistas do mercado financeiro mantiveram a expectativa para o superávit da balança comercial em 2023 no Boletim Focus divulgado nesta manhã de segunda-feira. A projeção seguiu em US$ 55,00 bilhões, contra US$ 57,00 bilhões há um mês. Para 2024, a mediana continuou em US$ 52,44 bilhões, de US$ 55,00 bilhões há quatro semanas.
Em relação à estimativa de déficit em conta corrente do balanço de pagamentos para 2023, a mediana deficitária passou de US$ 50 40 bilhões para US$ 50,84 bilhões, ante US$ 50,00 bilhões de um mês atrás. Para o próximo ano, a estimativa deficitária passou de US$ 51,39 bilhões para US$ 52,50 bilhões, de US$ 51,50 bilhões há quatro semanas.
Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será mais do que suficiente para cobrir o rombo em transações correntes neste e no próximo ano. A mediana das previsões para o IDP em 2023 permaneceu em US$ 80,00 bilhões, mesmo valor esperado há quatro semanas. Para 2024, a estimativa também foi mantida em US$ 80,00 bilhões, repetindo a mediana de um mês antes.
O cenário da moeda norte-americana em 2023 e 2024 ficou estável mais uma semana no Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira, 3. A estimativa para o câmbio neste ano continuou em R$ 5,25, mesmo valor esperado há um mês. Para 2024, a mediana permaneceu em R$ 5,30, igual há quatro semanas atrás. A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020. Com isso, o BC espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.
A projeção do mercado para a inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2023 aumentou no Boletim Focus divulgado na manhã desta segunda-feira, 3, de 5,93% para 5 96%. Um mês antes, a mediana era de 5,90%.
Para 2024, horizonte cada vez mais relevante para a estratégia de convergência à inflação do Banco Central, a projeção permaneceu em 4,13% na última semana, contra 4,02% de quatro semanas atrás.
Considerando somente as 52 estimativas atualizadas nos últimos 5 dias úteis, a mediana para 2023 também subiu, de 5,96% para 6 03%. Para 2024, passou de 4,18% para 4,05%, considerando 50 atualizações no período.
Atualmente, o foco da política monetária está nos anos de 2023 e com maior peso, de 2024. A mediana na pesquisa Focus para a inflação oficial em 2023 está bem acima do teto da meta (4,75%), apontando para três anos de descumprimento do mandato principal do BC, após 2021 e 2022. Para 2024, a mediana está acima do centro da meta (3,00%), mas ainda dentro do intervalo que vai de 1,50% a 4,50%.
A mediana para o IPCA de 2025 seguiu em 4,00%, de 3,80% há um mês. A estimativa para o IPCA de 2026 também continuou em 4,00%, contra 3,77% um mês antes. A meta para 2025 é de 3,00% (margem de 1,50% a 4,50%). Ainda não há objetivo definido para 2026.
Na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do mês passado, o BC atualizou suas projeções para a inflação no cenário de referência com estimativas de 5,8% em 2023 e 3,6% em 2024. Em um cenário alternativo, em que a Selic fica estável por todo o horizonte relevante, as projeções da autoridade são de 5 7% para 2023 e 3,0% para 2024.
Os economistas do mercado financeiro elevaram a projeção para a alta do IPCA de março no Boletim Focus. A mediana passou de 0 76% para 0,77%, de 0,70% há um mês.
Para o IPCA de abril, a estimativa seguiu em 0,59%, ante 0,61% de um mês antes. Para maio, a previsão para o indicador passou de 0,40% para 0,39%, de 0,40% há quatro semanas.
Já a expectativa para a inflação suavizada para os próximos 12 meses cedeu de 5,36% para 5,26%, de 5,60% há um mês.