Brazilian Money (Real/Reais) (Getty/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 13 de março de 2023 às 10h23.
Última atualização em 13 de março de 2023 às 10h26.
A projeção para a inflação de 2023 aumentou no Boletim Focus divulgado na manhã desta segunda-feira, 13, e segue se afastando da meta. A projeção para o IPCA, índice oficial de inflação deste ano, passou de 5,90% para 5,96%. Um mês antes, a mediana era de 5,79%.
Para 2024, horizonte cada vez mais relevante para a estratégia de convergência à inflação do BC, a projeção continuou em 4,02% pela terceira semana seguida, de 4,00% há quatro semanas.
Considerando somente as 47 estimativas atualizadas nos últimos 5 dias úteis, a mediana para 2023 oscilou de 5,91% para 5,90%. Para 2024, variou de 4,01% para 4,00%, considerando 44 atualizações no período.
Atualmente, o foco da política monetária está nos anos de 2023 e com maior peso, de 2024. A mediana na Focus para a inflação oficial em 2023 está bem acima do teto da meta (4,75%), apontando para três anos de descumprimento do mandato principal do Banco Central, após 2021 e 2022. Para 2024, a mediana está acima do centro da meta (3,00%), mas ainda dentro do intervalo que vai de 1,50% a 4,50%.
A mediana para o IPCA de 2025 também continuou em 3,80%, de 3 60% há um mês. Já a estimativa para o IPCA de 2026 avançou de 3 77% para 3,79%, contra 3,50% um mês antes. A meta para 2025 é de 3,00% (margem de 1,50% a 4,50%). Ainda não há objetivo definido para 2026.
No Comitê de Política Monetária (Copom) de fevereiro, o BC atualizou suas projeções para a inflação no cenário de referência com estimativas de 5,6% em 2023 e 3,4% para 2024. O colegiado ainda inseriu um cenário alternativo, em que a Selic fica estável por todo o horizonte relevante. Nesse cenário, as projeções são de 5,5% para 2023 e 2,8% para 2024. O Copom manteve a Selic em 13,75% ao ano pela quarta vez seguida. O comitê volta a se reunir nos dias 21 e 22 deste mês.
Os economistas do mercado financeiro mantiveram a projeção para a alta do IPCA de março no Boletim Focus. A mediana continuou em 0,70%, de 0,60% há um mês. Para o IPCA de abril, a estimativa seguiu em 0,61%, contra 0,57% um mês antes. Para maio, a previsão para o indicador permaneceu em 0,40%. Era de 0,38% há quatro semanas. Já a expectativa para a inflação suavizada para os próximos 12 meses cedeu de 5,60% para 5,53%, de 5,70% há um mês.
Após a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) de 2022 (2,9%) no começo do mês, o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 13, mostra novo avanço no cenário de crescimento econômico em 2023. A mediana para a alta do PIB em 2023 passou de 0,85% para 0,89%, contra 0,76% há um mês. Considerando apenas as 25 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2023, por sua vez, cedeu de 0,85% para 0,80%.
Para 2024, o Relatório Focus mostrou estabilidade na perspectiva de crescimento do PIB em 1,50%, mesma projeção há 11 semanas.
Em relação a 2025, a mediana seguiu em 1,80%, contra 1,85% de quatro semanas antes. O boletim ainda trouxe a estimativa para 2026, que passou de 2,00% para 1,98%, após 51 semanas de estabilidade.
A projeção para o déficit primário em 2023 não teve alteração no Boletim Focus de hoje, seguindo em 1,00% do PIB, contra 1,10% quatro semanas antes. Para o déficit nominal este ano, a mediana continuou em 7,85% na última semana, de 8,00% do PIB há um mês.
O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.
Em relação ao indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2023, a estimativa seguiu em 61,00% do PIB, de 61,50% há um mês.
Para o próximo ano, a projeção para o rombo primário continuou em 0,75% do PIB, enquanto o déficit nominal previsto variou de 7 35% para 7,40% do PIB. Há um mês, os porcentuais eram de 0,90% e 7,11% do PIB, nessa ordem.
No caso da dívida, a estimativa foi mantida em 64,00% do PIB, mesmo patamar de quatro semanas antes.
Os economistas do mercado financeiro mantiveram a expectativa para o superávit da balança comercial em 2023 no Boletim Focus agora divulgado. A projeção continuou em US$ 57,00 bilhões, contra US$ 57,20 bilhões há um mês. Para 2024, a mediana continuou em US$ 55,00 bilhões, de US$ 56,50 bilhões há quatro semanas.
Em relação à estimativa de déficit em conta corrente do balanço de pagamentos para 2023, a mediana deficitária continuou em US$ 50,00 bilhões, mesmo patamar de um mês atrás. Para o próximo ano a estimativa deficitária seguiu em US$ 51,50 bilhões, de US$ 50 00 bilhões há quatro semanas.
Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será mais do que suficiente para cobrir o rombo em transações correntes neste e no próximo ano. A mediana das previsões para o IDP em 2023 permaneceu em US$ 80,00 bilhões, mesmo valor esperado há quatro semanas. Para 2024, a estimativa também foi mantida em US$ 80,00 bilhões, repetindo a mediana de um mês antes.
O cenário da moeda norte-americana em 2023 e 2024 ficou estável nesta semana no Relatório de Mercado Focus. A estimativa para o câmbio neste ano continuou em R$ 5,25, mesmo valor esperado há um mês. Para 2024, a mediana permaneceu em R$ 5,30, repetindo a mediana de quatro semanas atrás. A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020. Com isso, o Banco Central (BC) espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.
Apesar das pressões do governo federal sobre o Banco Central (BC) para a queda de juros, a expectativa para a taxa Selic se manteve estável para o fim de 2023, 2024, 2025 e 2026 no Boletim Focus. A mediana para os juros básicos no fim de 2023 continuou em 12,75% ao ano, enquanto para o término de 2024 se manteve em 10,00%. Há quatro semanas, as estimativas já eram de 10,00% e 12 75%, nessa ordem.
Considerando apenas as 39 respostas dos últimos cinco dias úteis a mediana para o fim de 2023 também seguiu em 12,75%. Para o fim de 2024, continuou em 10,00%, com 37 atualizações na última semana.
No primeiro Comitê de Política Monetária (Copom) no novo governo Lula, em fevereiro, o colegiado afirmou que a incerteza fiscal e a desancoragem de expectativas inflacionárias em prazos mais longos aumentam o custo da desinflação. Naquela oportunidade, o BC manteve a taxa Selic em 13,75% ao ano pela quarta reunião consecutiva. O comitê volta a se reunir nos dias 21 e 22 deste mês.
Após ataques diretos e incessantes de Lula, seus ministros e do PT, o presidente do BC considerou os questionamentos do governo sobre o nível de juros justos e avaliou que o órgão pode ser mais didático para explicar o motivo pelo qual a Selic está neste nível elevado. Ele ainda indicou que quer "trabalhar" junto com o governo e sinalizou que o avanço da agenda de reformas é o caminho para uma queda de juros mais célere, e não a mudança da meta de inflação.
Na Focus, a projeção para a Selic no fim de 2025 continuou em 9 00%, mesma mediana de quatro semanas atrás. O boletim ainda trouxe a projeção para a Selic no fim de 2026, que permaneceu em 8,75%, de 8,50% um mês antes.