Economia

Inflação: boletim Focus bate recorde de pessimismo

Estimativas do mercado para o IPCA sobem pela 18ª semana consecutiva e superam marca de 2002

Minério de ferro é o novo vilão da inflação (.)

Minério de ferro é o novo vilão da inflação (.)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de maio de 2010 às 12h02.

São Paulo - O boletim Focus do Banco Central (BC) divulgado nesta segunda-feira (24) trouxe uma marca histórica: pela 18ª semana consecutiva, os agentes do mercado elevaram a projeção para o IPCA em 2010. O recorde anterior era de 2002, quando a estimativa para a inflação avançou durante 17 semanas seguidas em meio ao caos pré-eleitoral.

É verdade que as previsões para o PIB neste ano também não param de subir. Na avaliação de muitos economistas, o Brasil crescerá num ritmo superior ao do chamado PIB potencial, ou seja, patamar a partir do qual a expansão gera pressões inflacionárias.

Até a revista The Economist deu um pitaco sobre o tema ao dizer que o Brasil cresce num ritmo chinês, mas não é a China. Afinal de contas, a gente poupa e investe pouco, conclui a publicação britânica.

O fato é que o atual cenário inflacionário é maligno. No começo do ano, a culpa foi do choque de ofertas de alimentos causado por questões climáticas. O esboço de recuperação dos países desenvolvidos também elevou o preço das commodities. Agora, o minério de ferro é o vilão da vez. E, por fim, virá a inflação de demanda causada por um consumo excessivo, turbinado por crédito e renda em expansão.

Com a política fiscal atrapalhando - afinal, o corte anunciado pelo governo foi considerado insuficiente por analistas - só resta ao Banco Central elevar os juros de forma a trazer as expectativas de inflação para o centro de meta (4,5%). Estamos falando, é claro, de 2011, pois neste ano, não será mais possível atingir esse objetivo. Aliás, a missão mais importante do Banco Central no curto prazo é impedir que as projeções do boletim Focus ultrapassem o teto da meta (6,5%). Até agora, felizmente, quase ninguém cogitou esse cenário.

Leia mais: O consumo é chinês. Já o fôlego...

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralCrescimento econômicoDesenvolvimento econômicoInflaçãoMercado financeiroPreços

Mais de Economia

Haddad diz a Moody's que meta fiscal será cumprida pelo 2º ano consecutivo em 2025

União vai garantir ressarcimento a vítimas de fraudes no INSS se necessário, afirma Tebet

Banco Central autoriza que financeiras emitam letras de crédito imobiliário (LCI)

Trump chama presidente do Fed de 'tolo' após anúncio de manutenção da taxa de juros