Economia

BofA vê "mundo novo" para o Brasil com Selic a 4,75% ainda em 2019

O banco também revisou para baixo as previsões de alta do PIB, de 1,2% para 0,7% em 2019 e de 2,2% para 1,9% em 2020.

Selic (thinkstock/Thinkstock)

Selic (thinkstock/Thinkstock)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 23 de julho de 2019 às 17h42.

Última atualização em 23 de julho de 2019 às 19h29.

São Paulo - A economia brasileira entrou em "um mundo totalmente novo", de acordo com um relatório divulgado nesta segunda-feira (22) pelo Bank of America Merrill Lynch.

Não é, por enquanto, um mundo de forte crescimento. O banco revisou para baixo as previsões de alta do PIB do Brasil, de 1,2% para 0,7% em 2019 e de 2,2% para 1,9% em 2020.

A revisão vai na mesma direção daquelas feitas nos últimos dias pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e no Boletim Focus, ambos prevendo crescimento na faixa de 0,8% neste ano.

Apesar do BofA ter o dado mais pessimista, a avaliação é o que o cenário é "construtivo" para o crescimento no longo prazo devido à queda da percepção de risco e ao ímpeto na agenda de reformas.

Em relação aos juros, a previsão é que o Banco Central vai cortar a Selic de 6,5% para 6% já na reunião da semana que vem, estabelecendo uma nova mínima histórica para a taxa.

Cortes da mesma magnitude são esperados para as reuniões de setembro e outubro, somados com um novo corte de 0,25 ponto percentual em dezembro. Isso levaria a Selic para o patamar de 4,75% no final do ano, onde permaneceria ao longo de todo 2020.

Entre os motivos para uma taxa tão baixa estão "uma virada importante em direção a uma posição 'dovish' [acomodatória] nos bancos centrais no mundo, progressos concretos na aprovação da reforma da Previdência, um pano de fundo benigno para inflação estrutural e crescimento decepcionante", segundo o banco.

Já o Goldman Sachs prevê cortes menores (0,25 ponto percentual) nas próximas reuniões, o que levaria a Selic para o patamar de 5,5% no final do ano.

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