Economia

BNDES vê sinais de recuperação, com crescimento nos desembolsos

O banco de fomento desembolsou R$ 61 bilhões nos primeiros onze meses de 2017, o equivalente a um recuo 20%

BNDES: a expectativa para o fechamento de 2017 é de desembolsos entre R$ 70 bilhões e R$ 75 bilhões (Vanderlei Almeida/AFP)

BNDES: a expectativa para o fechamento de 2017 é de desembolsos entre R$ 70 bilhões e R$ 75 bilhões (Vanderlei Almeida/AFP)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de dezembro de 2017 às 22h04.

Rio - Faltando apenas um mês para o resultado consolidado do ano, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) voltou a reportar uma queda de dois dígitos nos desembolsos acumulados de janeiro a novembro. O banco de fomento, porém, vê sinais de recuperação, que confirmam a previsão de crescimento no ano que vem.

O banco de fomento desembolsou R$ 61 bilhões nos primeiros onze meses de 2017, o equivalente a um recuo 20% em relação ao mesmo período do ano anterior. A expectativa para o fechamento de 2017 é de desembolsos entre R$ 70 bilhões e R$ 75 bilhões, com desempenho superior a esse em 2018.

"Com a perspectiva de recuperação da atividade econômica, ainda que lenta, mais esses resultados do Finame e do Capital de Giro, no ano que vem já voltaremos para um certo crescimento nos desembolsos", disse Maurício Neves, superintendente da Área de Planejamento do BNDES.

Os desembolsos da linha Finame somaram R$ 17,6 bilhões de janeiro a novembro deste ano, uma alta de 11% em relação ao mesmo período de 2016. A linha Finame é voltada para o financiamento da produção, modernização e compra de máquinas e equipamentos, "um importante termômetro da recuperação da atividade econômica", frisou, em nota, o banco de fomento.

As aprovações da Finame - última etapa antes da contratação e do desembolso - alcançaram R$ 19,7 bilhões de janeiro a novembro, expansão de 22% na comparação com o mesmo período do ano passado.

"É o primeiro sinal de volta dos investimentos, é Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida dos investimentos no PIB) na veia. É um sinal importante", ressaltou Neves.

Já a linha de financiamento BNDES Giro - voltada para o capital de giro de empresas - alcançou R$ 6,2 bilhões de janeiro a novembro, aumento de 199% em relação ao mesmo período do ano passado.

As consultas - primeira fase de análise de crédito no BNDES e que servem como termômetro para a demanda por financiamentos e futuros desembolsos - alcançaram R$ 88 bilhões de janeiro a novembro, 16% a menos que o registrado nos primeiros onze meses de 2016.

O banco frisou, porém, que as consultas para operações nos setores de Construção Civil e de Indústria Química tiveram crescimentos de 35% e 40%, respectivamente. O movimento sinalizaria "uma disposição do mercado para operações mais estruturadas em segmentos importantes da economia", avaliou o banco de fomento, em nota.

Foram liberados R$ 13 bilhões em desembolsos para o setor de Agropecuária, um avanço de 8% ante os meses de janeiro a novembro de 2016. Por outro lado, todos os outros segmentos tiveram retração. A indústria recebeu R$ 13,3 bilhões, um tombo de 48%. Em Infraestrutura, a queda foi de 2%, com R$ 22 bilhões desembolsados. O comércio e serviços receberam R$ 12,7 bilhões, redução de 22%.

"Por desempenho setorial, a gente já vê sinais de uma possível recuperação (em 2018). Na indústria, a dinâmica entre as atividades não será homogênea. Mas alguns segmentos apresentam sinais de recuperação", afirmou Neves.

Prioridade no setor de Infraestrutura, o segmento de Energia Elétrica teve R$ 11,5 bilhões desembolsados de janeiro a novembro de 2017, um crescimento de 55% em comparação ao mesmo período de 2016.

"Existem perspectivas interessantes de investimentos no setor de óleo e gás e energia eólica", lembrou o superintendente do BNDES.

As aprovações do BNDES somaram R$ 60,1 bilhões no acumulado do ano, uma queda de 13% na comparação com janeiro a novembro de 2016. Os enquadramentos - fase de acolhimento dos pedidos de financiamento - alcançaram R$ 77,7 bilhões de janeiro a novembro, uma redução de 17% ante o mesmo período de 2016.

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