Economia

BNDES seguiu convicto em não competir com mercado privado, diz presidente

Diretoria do BNDES seguiu firme em sua convicção de que a instituição de fomento não deveria competir com as fontes privadas de financiamento

BNDES: Montezano repetiu que os desinvestimentos do banco estão ocorrendo conforme o apetite do mercado (Pilar Olivares/Reuters)

BNDES: Montezano repetiu que os desinvestimentos do banco estão ocorrendo conforme o apetite do mercado (Pilar Olivares/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de novembro de 2020 às 17h26.

Última atualização em 18 de novembro de 2020 às 18h00.

Quando a economia foi atingida pela crise da covid-19, a diretoria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) seguiu firme em sua convicção de que a instituição de fomento não deveria competir com as fontes privadas de financiamento, disse nesta quarta-feira o presidente do banco, Gustavo Montezano. Na convicção de que o papel do banco no financiamento a grandes grupos empresariais deve ser apenas um "último recurso", a diretoria do BNDES "colocou seu esforço" no apoio às médias, pequenas e microempresas (MPMEs) ao desenhar as medidas para mitigar a crise.

Segundo Montezano, embora alguns setores da sociedade continuem pensando que "o Estado deveria salvar grandes companhias" em momentos de crises como a recessão causada pela pandemia, o BNDES manteve seu foco nas MPMEs. "Sempre achamos que problemas privados de grandes companhias deveriam ser resolvidos com dinheiro privado", afirmou o presidente do BNDES, em inglês, durante palestra no Bradesco BBI CEO Forum 2020, promovido em formato online pelo banco de investimento.

O executivo disse ainda que não foi fácil convencer o "ambiente político" de que essa era a forma correta de o BNDES atuar na crise. E deu como exemplo o fato de a única grande operação que o banco fez durante a crise foi o empréstimo sindicalizado às distribuidoras de energia elétrica, atingidas pelo aumento da inadimplência durante a pandemia.

Montezano citou ainda a operação de emissão de títulos conversíveis em ações da companhia aérea Azul. No mês passado, a Azul levantou 1,745 bilhão de reais na operação, inspirada no programa de apoio proposto pelo BNDES, mas o banco de fomento ficou de fora. Montezano disse que ficou "feliz" com o fato de ter ficado de fora da operação.

"Não estamos aqui para competir, estamos para ajudar ao país", afirmou o presidente do BNDES.

Desinvestimento

Montezano repetiu que os desinvestimentos do banco estão ocorrendo conforme o apetite do mercado. Segundo ele, o volume de desinvestimentos neste ano foi maior do que o esperado, com venda de ações de Petrobras, Vale, Suzano, AES Tietê e Marfrig.

Sobre os próximos passos, o presidente do BNDES disse que não há pressa e que o banco vai continuar disponível conforme o ritmo do mercado.

Montezano também reforçou que há vasta agenda de concessões nos diferentes de níveis de governo e em diferentes indústrias, como saneamento, rodovias, portos e iluminação.

O presidente do BNDES ainda destacou que o ambiente para esses projetos é positivo atualmente, uma vez que as taxas de juro de longo prazo são mais "decentes" hoje em relação ao passado.

Acompanhe tudo sobre:bancos-de-investimentoBNDESCoronavírusPandemia

Mais de Economia

Economia argentina cai 0,3% em setembro, quarto mês seguido de retração

Governo anuncia bloqueio orçamentário de R$ 6 bilhões para cumprir meta fiscal

Black Friday: é melhor comprar pessoalmente ou online?

Taxa de desemprego recua em 7 estados no terceiro trimestre, diz IBGE