Luciano Coutinho: "A participação do BNDES no crédito tende a se tornar um pouco menor à medida que a participação privada vir a ocorrer" (Elza Fiúza/ABr)
Da Redação
Publicado em 25 de março de 2014 às 15h26.
Brasília - O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico (BNDES), Luciano Coutinho, afirmou nesta terça-feira, 25, que o órgão irá reduzir naturalmente sua participação no crédito com o avanço de instituições privadas, especialmente na área de infraestrutura.
"A participação do BNDES no crédito tende a se tornar um pouco menor à medida que a participação privada vir a ocorrer", disse.
Segundo ele, o BNDES se estrutura para reduzir neste ano a necessidade de recursos corrigidos pela Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), hoje em 5% ao ano, abrindo mais espaço para o aumento do capital privado.
"A principal linha de atuação do banco neste ano é buscar sustentar um volume de recursos de investimentos sem que isso represente pressões sobre a política fiscal", afirmou.
Coutinho participa de audiência de pública conjunta nas comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado Federal.
O debate é sobre financiamentos do BNDES a projetos de infraestrutura no exterior - em especial nos setores rodoviário, aeroportuário, hidroviário e de logística.
Importação de serviços
O aumento do total de serviços de engenharia importados pelo Brasil entre 2012 e 2013 foi apontado como natural por Coutinho.
"Não estamos financiando gastos locais no exterior. Estamos financiando indústrias e serviços no país, que são exportados", afirmou. Coutinho apresentou dados segundo os quais o País aparece elevando a importação desses serviços, de US$ 4,7 bilhões em 2012 para US$ 5 bilhões, em 2013.
Na direção oposta, a exportação desse tipo de serviço caiu de cerca de US$ 9 bilhões para US$ 8,2 bilhões. "Não há remessa de divisas para fazer apoio de um projeto em um país estrangeiro. O BNDES libera recursos em reais ao exportador brasileiro, que compra produtos e serviços no Brasil", disse.