Luciano Coutinho, presidente do BNDES, gesticula durante coletiva de imprensa no Rio de Janeiro (Sergio Moraes/Reuters)
Da Redação
Publicado em 22 de agosto de 2012 às 17h35.
Rio de Janeiro - Os empréstimos do BNDES para o setor de petróleo e gás devem crescer nos próximos anos e, somente em 2012, deverão alcançar 10 bilhões de reais, disse o presidente do banco, Luciano Coutinho, nesta quarta-feira.
"Teremos certamente 10 bilhões de reais neste ano, e no período de 2014 a 2015 a tendência é crescer em função do conjunto de projetos já em análise", disse ele em evento do setor, no Rio de Janeiro.
Em 2011 os empréstimos para petróleo e gás foram de 7 bilhões de reais, aproximadamente, segundo Coutinho.
Recente estudo do banco apontou para uma perspectiva de investimento em geral na indústria do país de aproximadamente 596 bilhões de reais até 2015.
O segmento de óleo e gás aparece no topo da lista com folga, com previsão de investimentos, de diversas fontes, de cerca de 354 bilhões de reais.
"Não é uma previsão sem fundamento. É fato", disse Coutinho.
Sobre a polêmica relacionada à política de obrigatoriedade de conteúdo local no setor de petróleo e gás brasileiro, o presidente do BNDES afirmou que o sucesso dela depende de uma coordenação de esforços e previsibilidade.
Para ele, as empresas precisam se preparar com antecedência para poder usar cada vez mais insumos, máquinas, equipamentos e serviços brasileiros.
"É preciso que as que empresas enxerguem o horizonte de encomendas para que possamos ter, consequentemente, um horizonte de financiamentos e o adensamento da cadeia produtiva ... Temos uma grande fronteira de oportunidades, mas precisamos fazê-las dentro de padrões de competitividade internacional", afirmou ele.
"A indústria de óleo e gás lidera os investimentos nos próximos anos, representando a certeza de um mercado em expansão para a cadeia de fornecedores. A política de conteúdo local é uma ferramenta dentre um conjunto de ferramentas indispensáveis. Não pode prescindir de crédito e fortalecimento da estrutura de capital das empresas", destacou o presidente do BNDES.
Resultado - O presidente do BNDES afirmou que o banco pretende reverter no segundo semestre o resultado menor obtido na primeira metade desse ano.
O lucro do banco foi de 2,7 bilhões de reais, 48 por cento menor que no mesmo período de 2011.
A queda de quase 50 por cento ante o mesmo período do ano passado está relacionada às perdas nas participações do BNDES em empresas de capital aberto.
"Temos confiança que vamos melhorar e que podemos ter um resultado melhor no segundo semestre. Mas isso é uma esperança, não é uma certeza", afirmou ele a jornalistas.
"O mercado de capitais é volátil e vivemos uma situação instável na Europa, mas se olharmos somente para a economia brasileira, os fundamentos continuam sólidos", finalizou.