Economia

BNDES poderá assumir mais riscos com Vale e Petrobras

O CMN também estendeu para 30 de junho de 2015 o prazo para o BNDES não ter limites de empréstimos para Petrobras e Eletrobras

O CMN também aprovou verbas para obras em saneamento básico, mobilidade urbana e infraestrutura (Agência Vale/Divulgação)

O CMN também aprovou verbas para obras em saneamento básico, mobilidade urbana e infraestrutura (Agência Vale/Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de maio de 2012 às 21h16.

Brasília - O Conselho Monetário Nacional (CMN) autorizou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a fazer empréstimos para a mineradora Vale acima dos 25 por cento do patrimônio de referência do banco de fomento.

O CMN também estendeu para 30 de junho de 2015 o prazo -que se encerraria neste ano- para o BNDES não ter limites de empréstimos para Petrobras e Eletrobras.

"Avaliando o papel do BNDES como banco de fomento e a importância estratégica dessas empresas e os enfoques que o governo tem nessas empresas, o CMN decidiu permitir que o BNDES fique mais um período sem observar o limite de 25 por cento para Petrobras e Eletrobras e decidiu incluir a Vale", afirmou o chefe do Departamento de Normas do Banco Central, Sergio Odilon dos Anjos, após a reunião do CMN, nesta quinta-feira.

Na prática, o CMN permitiu que o BNDES assuma maior risco em operações de financiamento quando estiverem em questão aportes a essas três empresas.

O patrimônio de referência do BNDES, na posição consolidada de dezembro de 2011, é de 99 bilhões de reais. Isso significa que a instituição não precisa respeitar o limite de 24,75 bilhões de reais para empréstimos a Vale, Petrobras e Eletrobras.


O patrimônio de referência é a base utilizada pelo Banco Central para definir limites prudenciais que devem ser seguidos por todas as instituições financeiras na hora de conceder financiamentos.

Independência

O CMN também determinou que o conselho de administração, o conselho fiscal e a diretoria-executiva do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) tenham integrantes independentes das instituições financeiras e das entidades representativas.

"Em grande parte dos países, os seguros de depósito devem ter o máximo de independência do poder público e da indústria financeira para dar mais independência ao proteger depósitos e para contribuir para a estabilidade financeira e contra a crise bancária", disse, por sua vez, o chefe de gabinete da diretoria de Organização do Sistema Financeira e Controle do Crédito Rural do BC, Maurício Costa de Moura.

De acordo com a norma do CMN, apenas o conselho consultivo do FGC poderá ter integrantes ligados às instituições financeiras ou às entidades representativas dos bancos. Essa alteração ocorrerá de forma gradual e deve estar completamente implementada até abril de 2013, ainda de acordo com Moura.

A mudança consta no novo estatuto do FGC aprovado pelo Conselho Monetário Nacional, e teve como objetivo alinhar o órgão de proteção do sistema financeiro brasileiro às práticas internacionais.

Garantia de financiamento

Em outro voto divulgado nesta quinta-feira, o CMN tornou obrigatório o registro de garantias em operações de financiamento de veículos e imóveis. O registro das garantias terá que ser feito em sistemas de registro e liquidação financeira de ativos autorizados pelo Banco Central.


O chefe do Departamento de Normas do BC explicou que esse registro não será imediato e terá prazo para ser implementado. "A diretoria (do BC) vai se reunir e definir. Os estudos estão avançados", disse Odilon.

Segundo o BC, nas operações de leasing a exigência abrangerá o registro de informações sobre a propriedade do bem objeto do arrendamento.

O CMN aprovou, ainda, resolução que define requisitos mínimos para gestão de liquidez pelas instituições financeiras. Entre outros pontos, a resolução prevê a criação de estrutura de gerenciamento para risco de liquidez compatível com as características e a dimensão da exposição.

Saneamento básico

O CMN também aprovou verbas para obras em saneamento básico, mobilidade urbana e infraestrutura. São 1,1 bilhão de reais a mais no volume de verba pública para obras de saneamento para 124 municípios com menos de 50 mil habitantes.

Com essa liberação, sobe para 19,2 bilhões o montante de recursos liberados para obras de saneamento em municípios no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Foi autorizado também que dos 32,7 bilhões de reais que o Ministério das Cidades havia aprovado para projetos de mobilidade urbana, 12,2 bilhões de reais serão financiados pelo BNDES e Caixa Econômica.

Por último, destinou 7,5 bilhões de reais para obras de investimento em infraestrutura aos estados afetados com a aprovação, no Senado, do projeto de Resolução 72, que unifica em 4 por cento a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) cobrado nas operações interestaduais com importados.

Acompanhe tudo sobre:BNDESCapitalização da PetrobrasCombustíveisEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstatais brasileirasIndústria do petróleoMineraçãoPetrobrasPetróleoSiderúrgicasVale

Mais de Economia

ONS recomenda adoção do horário de verão para 'desestressar' sistema

Yellen considera decisão do Fed de reduzir juros 'sinal muito positivo'

Arrecadação de agosto é recorde para o mês, tem crescimento real de 11,95% e chega a R$ 201,6 bi

Senado aprova 'Acredita', com crédito para CadÚnico e Desenrola para MEIs