Economia

BNDES pode não ter repasse do Tesouro em 2015

Os financiamentos totais liberados pelo BNDES este ano devem cair ante 2014, mas na área de infraestrutura haverá crescimento de 4%


	Sede do BNDES, no Rio de Janeiro: o representante do BNDES lembrou que, desde 2009, o Tesouro repassou quase R$ 400 bilhões à instituição, o que permitiu o seu crescimento e a destinação de financiamentos para a economia brasileira
 (REUTERS/Ricardo Moraes)

Sede do BNDES, no Rio de Janeiro: o representante do BNDES lembrou que, desde 2009, o Tesouro repassou quase R$ 400 bilhões à instituição, o que permitiu o seu crescimento e a destinação de financiamentos para a economia brasileira (REUTERS/Ricardo Moraes)

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Da Redação

Publicado em 6 de outubro de 2015 às 14h57.

São Paulo - O superintendente da área de infraestrutura do BNDES, Nelson Fontes Siffert Filho, afirmou que existe perspectiva de o banco de fomento não contar mais com desembolsos do Tesouro, já que isso tem impacto fiscal.

Segundo ele, os financiamentos totais liberados pelo BNDES este ano devem cair ante 2014, mas na área de infraestrutura haverá crescimento de 4%. Isso mesmo com a desaceleração da economia e os efeitos da operação Lava Jato, da Polícia Federal.

O representante do BNDES lembrou que, desde 2009, o Tesouro repassou quase R$ 400 bilhões à instituição, o que permitiu o seu crescimento e a destinação de financiamentos para a economia brasileira.

"Este ano o banco não teve captação junto ao Tesouro e a tendência é se sustentar com o funding que dispõe hoje", explicou. Segundo ele, em 2015 mais de 90% do funding virá do retorno de investimento passados.

Contrariando o que o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, vinha dizendo até recentemente, Siffert afirmou que o ambiente atual de Selic elevada e TJLP em alta gera condições não muito adequadas de atratividade para que os mercados de capitais ajudem no financiamento dos projetos de infraestrutura. "Temos de aproveitar 2015 e 2016 para originar os projetos, planejar, colocar em leilão.

Com a perspectiva de a Selic cair em 2017 e a convergência da TJLP, a possibilidade de emissão de debêntures cresce muito", afirmou. Coutinho vinha dizendo que isso ocorreria já em 2016.

Siffert disse que o BNDES deve se preparar para contribuir com um cenário no qual a infraestrutura representará um motor de crescimento da economia.

"O ideal seria que os desembolsos para infraestrutura saíssem do patamar atual de R$ 8 bilhões para algo em torno de R$ 24 bilhões, R$ 25 bilhões, mas não só com o BNDES, com uma maior participação do setor privado, com os outros R$ 17 bilhões. Esses investimentos têm externalidades sobre a economia que são bastante expressivas, aumentam a competitividade", afirmou.

Ele afirmou que, entre os Brics, o Brasil é o que possui maior participação privada no financiamento de infraestrutura e que se o governo conseguir avançar com os projetos do Programa de Investimento em Logística (PIL), a taxa de investimento em relação ao PIB pode superar 20% nos próximos anos.

O superintendente lembrou que o BNDES tem atualmente 422 projetos em sua carteira, sendo 66% aprovados e em desenvolvimento, 28% em análise e 6% em carta consulta.

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