Economia

BNDES faz captação com menor custo desde 1998

O banco obteve o menor custo em operações internacionais feitas há mais de dez anos

As captações internacionais do BNDES têm contribuído apenas com cerca de 4% do orçamento do banco (Divulgação)

As captações internacionais do BNDES têm contribuído apenas com cerca de 4% do orçamento do banco (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 18 de julho de 2011 às 08h05.

São Paulo - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anuncia hoje a conclusão de uma captação de 200 milhões de francos suíços, cerca de R$ 380 milhões, com o lançamento de bônus de cinco anos no mercado internacional. Na sua primeira emissão de títulos no exterior este ano, o banco obteve na Suíça o menor custo entre as operações internacionais que realizou desde 1998.

A captação é a primeira realizada pelo BNDES em moeda suíça em 14 anos e serve para formar referência para outras emissões brasileiras em um novo mercado, em meio à turbulência que afeta a zona do euro e desvaloriza o dólar americano. Na Europa e EUA, o mercado de emissão de bônus está complicado no momento, por causa dos problemas da Grécia e de outros países europeus. As empresas estão tendo de adiar ou cancelar emissões em razão do aumento da aversão ao risco dos investidores.

Com um tíquete baixo de cerca de 5 mil francos, indicando uma emissão bastante pulverizada, o cupom (juros nominal) ficou em 2,75%. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o superintendente da Área Internacional do BNDES, Sérgio Foldes, estimou que esse custo financeiro seria equivalente a cerca de 3,9% numa emissão de bônus em dólar, o que faz dessa captação internacional mais vantajosa do que as operações similares recentes. Em 2009, o banco emitiu US$ 1 bilhão em bônus com cupom de 6,5% para papéis de dez anos. No ano passado, operação idêntica obteve cupom de 5,5%. Já a emissão de 750 milhões em títulos de sete anos no mercado europeu, também em 2010, obteve 4,125%.

"Vínhamos estudando acessar o mercado de francos suíços, que é importante por ser um selo de qualidade para os emissores. São investidores muito conservadores, muito exigentes em relação a rating (classificação de risco)", diz Foldes, ressaltando que 24% dos papéis ficaram com as seguradoras, consideradas investidoras mais cautelosas e mais interessadas em títulos de longo prazo.

A operação começou a ser costurada em meados de junho, quando técnicos do BNDES fizeram apresentações para investidores em Zurique e Genebra. Foldes explica que o interesse pelo Brasil e pelos fundamentos do banco foram tão positivos que eles sentiram chances para uma boa precificação, mesmo em meio à volatilidade que tem marcado os mercados europeus nas últimas semanas.

As captações internacionais do BNDES têm contribuído apenas com cerca de 4% do orçamento do banco, que em 2010 liberou R$ 168,4 bilhões em crédito. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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