Economia

BNDES estuda criar fundo patrimonial para segurança pública, diz fonte

Captação seria feita junto a empresas do setor privado para aplicação em projetos voltados para o setor

BNDES: objetivo de fundo, que pode ser instituído pela entidade, é manter os recursos levantados de forma perpétua, como feito nos EUA para financiar universidades (Nacho Doce/Reuters)

BNDES: objetivo de fundo, que pode ser instituído pela entidade, é manter os recursos levantados de forma perpétua, como feito nos EUA para financiar universidades (Nacho Doce/Reuters)

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Reuters

Publicado em 23 de outubro de 2018 às 20h54.

Brasília - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estuda criar seu primeiro fundo patrimonial, mais conhecido como endowment, voltado para a segurança pública, afirmou uma fonte com conhecimento direto do assunto nesta terça-feira, 23, após reunião entre autoridades do banco e do Ministério da Fazenda.

De acordo com a fonte, que falou em condição de anonimato, a captação seria feita junto a empresas do setor privado para aplicação em projetos voltados para a segurança pública, tendo como meta a elevação dos investimentos diretos na área. As discussões para criação do fundo ainda estão em estágio inicial.

Por definição, os endowments são alimentados por doações. O objetivo de fundos deste tipo é manter os recursos levantados de forma perpétua, usando apenas os rendimentos de seu patrimônio como veículo de financiamento para determinadas atividades. Nos Estados Unidos, eles são muito utilizados para financiar universidades.

Antes de ser apresentada nesta terça-feira ao ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, a criação do endowment para a segurança já havia sido discutida com o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann. Ambos foram receptivos à ideia, disse a fonte.

A iniciativa segue esforços do governo de tentar direcionar mais recursos à área, considerada crítica, em meio à forte restrição fiscal que enfrenta. Em 2018, o governo deverá fechar seu quinto ano seguido com déficit primário, sem conseguir economizar para pagar os juros da dívida pública.

Quase 64 mil pessoas foram assassinadas no Brasil no ano passado, cifra mais alta do mundo, e a preocupação com o tema tem sido central nas eleições presidenciais deste ano, cujo segundo turno ocorrerá no próximo domingo.

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