Economia

BNDES avalia como proteger debenturistas de infraestrutura

O banco analisa mecanismos para garantir maior proteção aos debenturistas de projetos de infraestrutura durante a fase de construção das obras


	O presidente do BNDES, Luciano Coutinho: "se, por exemplo, acontecer uma indesejável interrupção no projeto, possamos então ter uma cobertura de liquidez"
 (Marcos Issa/Bloomberg)

O presidente do BNDES, Luciano Coutinho: "se, por exemplo, acontecer uma indesejável interrupção no projeto, possamos então ter uma cobertura de liquidez" (Marcos Issa/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de maio de 2015 às 21h45.

Brasília - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está analisando mecanismos para garantir maior proteção aos debenturistas de projetos de infraestrutura durante a fase de construção das obras, onde há mais riscos envolvidos, disse nesta segunda-feira o presidente da instituição, Luciano Coutinho.

"De forma que, se, por exemplo, acontecer uma indesejável interrupção no projeto, possamos então ter uma cobertura de liquidez para o debenturista durante aquele período e algum tipo de suporte de liquidez para que o projeto se complete", disse Coutinho a jornalistas, após participar de seminário no Ministério do Planejamento.

Coutinho disse que o BNDES está analisando como essa proteção poderia ocorrer, mas disse que o seguro privado seria uma possibilidade.

Ele afirmou que o BNDES, inclusive, está conversando com grandes seguradoras nacionais e internacionais para ajudar a minimizar os riscos dos projetos durante a fase de obras. Segundo Coutinho, a ideia seria “desenhar apólices mais adequadas ao tipo de risco da fase de construção de projetos”.

O BNDES deverá participar como financiador do pacote de novas concessões em infraestrutura que o governo federal pretende anunciar em junho, mas o governo já deixou claro que depende de financiamentos privados para colocar os projetos em pé.

"Nessa nova fase (de concessões) dependeremos de participação maior e mais qualificada de fontes alternativas de financiamento", disse o secretário-executivo do Ministério do Planejamento, Dyogo de Oliveira, durante o evento.

Questionado sobre o pacote, Coutinho disse que os critérios para a participação do BNDES serão divulgados juntamente com o plano de concessões.

O banco estima que os investimentos totais em infraestrutura no país devem somar 611 bilhões de reais entre 2015 e 2018, volume 33,7 por cento superior aos 457 bilhões de reais calculados entre 2010 e 2013, de acordo com a apresentação do banco durante o evento.

Esses montantes levam em conta diferentes setores, como energia, telecomunicações e logística, e projetos financiados ou não pelo BNDES.

Durante o evento, o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal, sugeriu algumas medidas para estimular o setor privado a participar dos financiamentos de longo prazo, que incluem os projetos de infraestrutura.

Uma delas seria o governo federal autorizar a emissão, pelas instituições financeiras, de letras de investimentos, com lastro em operações de financiamento industrial ou de infraestrutura, com isenção fiscal.

Acompanhe tudo sobre:InfraestruturaMercado financeiroBNDESDebêntures

Mais de Economia

BC deve manter a taxa de juros em 15% e dar pistas sobre ciclo de cortes

Câmara dos Deputados aprova PEC que proíbe extinção de tribunais de contas

Aneel recomenda ao governo renovar concessão da Light no Rio por 30 anos