O presidente do BNDES falou da importância de aumentar a competitividade dos portos e da rede ferroviária (Elza Fiúza/Abr)
Da Redação
Publicado em 23 de março de 2012 às 20h08.
São Paulo - O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, defendeu nesta sexta-feira que 'o investimento seja a alavanca de recuperação do crescimento', em um ato organizado em São Paulo pela Câmara Oficial Espanhola de Comércio no Brasil.
Coutinho, que destacou a necessidade de o Brasil aumentar a produtividade geral da economia, destacou o setor energético, o de petróleo e gás, as infraestruturas logísticas, a construção e as telecomunicações como áreas fundamentais para incentivar o investimento.
O presidente do BNDES falou da importância de aumentar a competitividade dos portos e da rede ferroviária, além das estradas, através de mecanismos de atração do setor privado por meio de concessões ou com projetos do tipo 'greenfield'.
'Em infraestrutura, energia, telecomunicações, habitação e construção, vejo a presença ativa de empresas espanholas', disse Coutinho, acrescentando que ao incentivar essas áreas 'estarão criadas as condições para um segundo ciclo de grande investimento espanhol'.
Coutinho se referiu assim à chegada de grandes empresas espanholas de diferentes setores, especialmente do bancário e de telecomunicações, que participaram das grandes privatizações do país nos anos 1990.
Além disso, assegurou que o Brasil enfrenta desafios conjunturais e reconheceu que a indústria de transformação atravessa problemas, mas que os desafios apresentam 'oportunidades extraordinárias'.
A economia brasileira cresceu a um ritmo de 2,7% em 2011, contra 7,5% do ano anterior, devido em parte aos efeitos da crise econômica internacional.
O presidente do BNDES também assinalou que o investimento em pesquisa, desenvolvimento e inovação, que na atualidade é de menos de 1% do Produto Interno Bruto (PIB), deve aumentar para aproximar-se dos padrões de outros países.
Coutinho defendeu ainda a necessidade de aumentar a economia doméstica e acrescentou que o ritmo de endividamento das famílias 'não pode crescer a taxas tão altas como no passado'.
Também assinalou que essa economia deve ser em moeda local e defendeu a criação de mecanismos para facilitar o investimento estrangeiro em reais mediante o estímulo de formas de poupança alternativas.