Economia

Blairo Maggi pede reunião política com ministro dos EUA

A reunião será para tratar da suspensão da compra da carne brasileira pelo país desde o dia 22 de junho, alegando problemas sanitários com o produto

Blairo Maggi: "Estamos fazendo um mapeamento para saber onde há mais problemas ou não" (Ueslei Marcelino/Reuters)

Blairo Maggi: "Estamos fazendo um mapeamento para saber onde há mais problemas ou não" (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Reuters

Publicado em 7 de julho de 2017 às 14h54.

São Paulo - O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, afirmou nesta sexta-feira que pediu uma reunião política com seu colega norte-americano sobre a suspensão à compra de carne bovina in natura brasileira, que deverá ocorrer após o Brasil levar informações técnicas sobre as investigações que poderão apontar a causa dos problemas.

Logo após os norte-americanos suspenderem em 22 de junho a compra de carne brasileira, citando problemas sanitários, Maggi disse em mensagem em rede social que poderia viajar aos EUA. Mas não havia uma data prevista.

"Estamos fazendo um mapeamento no Brasil inteiro através de nossas superintendências e pelos frigoríficos para saber onde há mais problemas ou não", destacou Maggi a jornalistas, após participar do evento "3º Diálogo Brasil-Japão", em São Paulo.

Maggi reafirmou que as autoridades brasileiras enviarão uma missão aos EUA no dia 13 de julho para discutir a questão. Os técnicos já levariam aos norte-americanos algumas indicações do que foi apurado.

"Pedi uma reunião mais política com o secretário do Departamento de Agricultura dos EUA, Sonny Perdue, no dia 17 de julho", disse.

Ele não falou sobre quando espera que a suspensão dos EUA seja revertida.

O ministro afirmou ainda que pediu uma investigação sobre as vacinas contra a febre aftosa, citadas como possível causa de abscessos (caroços) encontrados na carne brasileira pelo serviço sanitário dos EUA.

Os abscessos, que responderam por 28 por cento dos problemas apontados pelo governo dos EUA para suspender a carne do Brasil, podem ser gerados por uma vacinação mal executada, realizada com uma agulha rombuda (sem ponta), segundo o Sindicato da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan).

Mas o problema não deve ser atribuído ao medicamento em si, que passa por rigorosos testes e é seguro, de acordo com a associação, que representa empresas como Ourofino, Boehringer Ingelheim do Brasil e Ceva Saúde Animal.

Nesta semana, o vice-presidente-executivo do Sindan, Emílio Carlos Salani, disse à Reuters que o Brasil vai ofertar no próximo ano uma vacina contra a febre aftosa com uma dose menor, que trará maior praticidade na aplicação, o que potencialmente ajudará a reduzir riscos de a carne bovina ser comercializada com abscessos.

Exportações firmes

Ele também afirmou que a China pediu na semana passada esclarecimentos ao Brasil sobre a suspensão das exportações de proteína aos EUA. Para Maggi, é "algo natural" outros países demandarem informações em casos assim.

Por fim, Maggi disse que as exportações de carne bovina in natura pelo Brasil devem se manter firmes no segundo semestre, apesar das turbulências registradas desde a Operação Carne Fraca, em março.

"Acho que se mantêm, porque dentro dessa conjuntura, tivemos a proibição de abates na Índia, de bubalinos e bovinos. O mercado se aqueceu, e o Brasil está tendo oportunidades", disse o ministro.

As exportações de carne bovina in natura pelo Brasil cresceram em volumes e valores em junho deste ano na comparação com maio e em relação ao mesmo mês do ano passado, em um período em que a imagem do produto brasileiro foi abalada pela suspensão das vendas brasileiras para os Estados Unidos.

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