Economia

BlackBerry usa IBM para blindar tablets contra espiões

A BlackBerry apresentou um tablet da Samsung que foi modificado para que usuários acessem aplicativos mantendo informações longe de criminosos


	O tablet Samsung Tab S: o SecuTABLET combina o Tab S 10.5, da Samsung, com o cartão microSD, da Secusmart, e com software IBM
 (Divulgação/Samsung)

O tablet Samsung Tab S: o SecuTABLET combina o Tab S 10.5, da Samsung, com o cartão microSD, da Secusmart, e com software IBM (Divulgação/Samsung)

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Da Redação

Publicado em 16 de março de 2015 às 19h36.

A BlackBerry Ltd. apresentou um tablet da Samsung Electronics Co. que foi modificado para que usuários corporativos e governamentais possam acessar aplicativos para consumidores, como YouTube e WhatsApp, mantendo informações confidenciais relativas ao trabalho longe de espiões ou criminosos.

O SecuTABLET, que custará 2.250 euros (US$ 2.360), vai estar disponível a partir do terceiro trimestre, disse Hans-Christoph Quelle, diretor da unidade Secusmart, da BlackBerry, em uma entrevista no domingo.

Mais de 10.000 unidades serão vendidas anualmente só na Alemanha até o próximo ano e um número maior será vendido através da International Business Machines Corp., que está lidando com as vendas a empresas de todo o mundo, disse ele.

O SecuTABLET combina o Tab S 10.5, da Samsung, com o cartão microSD, da Secusmart, e com software IBM a fim de manter os aplicativos que comportam dados confidenciais em um contêiner virtual, onde eles ficam a salvo de malware. O órgão regulador de segurança informática da Alemanha está avaliando a utilização do aparelho para as comunicações confidenciais do governo e, provavelmente, vai conceder a aprovação antes do fim do ano, disse Quelle.

“Para muitas das tarefas que os representantes e executivos devem realizar, um telefone não é suficiente -- eles querem um tablet --”, disse Quelle, na conferência de tecnologia CeBIT, em Hannover, Alemanha. “O mais importante é que combinamos segurança com facilidade de uso. Não queremos tirar das pessoas as coisas divertidas”.

A BlackBerry adquiriu a Secusmart no ano passado, na tentativa de conquistar mais negócios com clientes que precisam de alta segurança de dados. A empresa com sede em Waterloo, Ontário, que vendeu poucas unidades do seu próprio tablet, o PlayBook, de 2011, está deixando de lado a fabricação de hardware para se dedicar ao desenvolvimento de componentes de segurança e de software para dispositivos rivais, pois a frequência de ataques cibernéticos está aumentando.

E-mails de Clinton

O tablet integra as tecnologias da BlackBerry e de uma de suas principais concorrentes no mercado de aparelhos portáteis. Quando a IBM e a Apple Inc. assinaram um contrato para trabalhar juntas em aplicativos para o setor móvel, em julho do ano passado, as ações da BlackBerry despencaram 12 por cento.

A tensão entre preservar a privacidade pessoal e permitir que os empregadores protejam os telefones esteve há pouco no centro das atenções porque Hillary Clinton, ex-secretária de Estado dos EUA, utiliza um único aparelho para as comunicações pessoais e profissionais.

Uma pesquisa realizada pela IBM mostrou que 63 por cento de todos os altos funcionários precisam ter acesso a software específico, por exemplo, para finanças ou comandos a partir dos aparelhos móveis.

No entanto, muitos representantes do governo e executivos se resistiram a usar os chamados telefones criptografados, pois eles tendem a restringir os recursos disponíveis para os usuários.

Para fazer uma ligação segura, por exemplo, é preciso que a tecnologia necessária esteja instalada em ambos os lados, e muitos programas não têm autorização para serem executados neles porque podem apresentar um ponto de entrada para vírus ou software de espionagem. Os aparelhos também tendem a ser mais caros do que os telefones comumente vendidos.

BlackBerry de Merkel

A Secusmart tenta fazer com que seus aparelhos sejam seguros e úteis ao mesmo tempo, instalando um pequeno cartão processador que criptografa voz e dados que não pode ser corrompido por malware direcionado ao sistema operacional.

A empresa vendeu aparelhos BlackBerry 10 modificados desse modo para a chanceler alemã Angela Merkel e para membros de seu governo.

A Samsung começou a dar ênfase aos seus produtos destinados ao uso corporativo, pois perdeu a liderança no mercado de smartphones para a Apple no quarto trimestre.

O telefone Galaxy 6 chegará às lojas com o software Knox, que combina autenticação de usuário aperfeiçoada e criptografia para proteger o dispositivo de ataques.

“Sabemos que as pessoas têm uma vida pessoal e uma vida profissional”, disse Lee Epting, diretor do setor de clientes corporativos da Europa da Samsung. “Precisamos poder passar facilmente de um mundo para o outro”.

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