Bill Clinton: "Precisamos ver o café como uma âncora para uma economia das sociedades rurais mais estável" (Jim Bourg/Reuters)
EFE
Publicado em 11 de julho de 2017 às 15h58.
Medellín - O ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton destacou nesta terça-feira o valor que o café tem na promoção de desenvolvimento e estabilidade econômica nas regiões rurais do mundo para blindá-las contra a violência.
"Precisamos ver o café como uma âncora para uma economia das sociedades rurais mais estável e que em áreas com problemas, com a Colômbia, ele ajude às pessoas a se afastarem do terror e da violência", indicou Clinton em seu discurso no Primeiro Fórum Mundial de Produtores de Café.
Além disso, o ex-presidente considerou que um fortalecimento do setor do café ajudaria a reduzir a pressão migratória do campo para as cidades.
Clinton participou do evento ao lado do presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos. O fórum reúne na cidade de Medellín especialistas de 40 países para discutir os problemas do setor e explorar medidas para garantir sua sustentabilidade econômica.
Nesse sentido, o ex-presidente lembrou que o café teve um papel de destaque para que a Indonésia se recuperasse após o tsunami que arrasou o país em 2004 e que devastou o turismo.
"Antes do tsunami, a Indonésia tinha um conflito social de muitas décadas que se acalmou quando as pessoas quiseram começar de novo e tinham que fazê-lo lado a lado. O café se tornou então um símbolo de como ganhar a vida", explicou.
Clinton projetou um cenário encorajador para os produtores e indicou que enquanto a população mundial seguir crescendo e envelhecendo, mais pessoas serão consumidoras de café. O processo, avaliou, promoverá o desenvolvimento das regiões rurais.
Por outro lado, Santos lembrou que os países produtores de café requerem de uma institucionalidade forte que permita resistir à influência de concentração dos compradores de café.
O presidente colombiano também indicou os benefícios do processo de paz do país em relação à produção agrícola e do próprio café, citando o acordo feito com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), encerrando um conflito de mais de cinco décadas.
"Temos um grande desafio, mas também uma grande oportunidade em um mundo que se preocupa de onde a comida virá. A Colômbia é um dos poucos países com capacidade ainda de expandir sua produção alimentar", explicou Santos.