Economia

Biden garante que os EUA não vão entrar em default

Falta uma semana para 1º de junho, data a partir da qual o governo pode começar a ficar sem dinheiro para honrar suas dívidas, o que poderia provocar um terremoto nos mercados globais

Os democratas rejeitam os cortes e querem que os republicanos apoiem incondicionalmente o aumento do teto de emissão da dívida, como fizeram dezenas de vezes antes (Anna Moneymaker/Getty Images)

Os democratas rejeitam os cortes e querem que os republicanos apoiem incondicionalmente o aumento do teto de emissão da dívida, como fizeram dezenas de vezes antes (Anna Moneymaker/Getty Images)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 25 de maio de 2023 às 18h10.

Última atualização em 25 de maio de 2023 às 18h22.

O presidente americano, Joe Biden, garantiu, nesta quinta-feira, 25, que os Estados Unidos vão conseguir evitar um default, mesmo depois de os legisladores terem iniciado seu recesso de dez dias sem chegar a um acordo sobre o aumento do limite de endividamento do país.

Falta uma semana para 1º de junho, data a partir da qual o governo pode começar a ficar sem dinheiro para honrar suas dívidas, o que poderia provocar um terremoto nos mercados globais.

No entanto, membros do Congresso saíram de férias para aproveitar o feriado prolongado do Dia dos Veteranos e não é esperado que voltem antes de 4 de junho.

"Não vai haver um default", garantiu Biden na Casa Branca, acrescentando que suas negociações com o presidente da Câmara de Representantes, o republicano Kevin McCarthy, têm sido "produtivas".

Mas o líder da minoria democrata na Casa, Hakeem Jeffries, criticou os republicanos, acusando-os de abandonar o trabalho em Washington e "correrem o risco de um calote perigoso em uma crise que eles mesmos criaram".

"Esses republicanos vão dizer que Joe Biden se negou a se sentar [para negociar] com eles", acrescentou. "Essa é uma narrativa falsa".

Os representantes republicanos exigem cortes nos gastos públicos de até US$ 130 bilhões (aproximadamente R$ 650 bilhões na cotação atual) em troca de votar pelo aumento do teto da dívida. Também querem requisitos mais estritos para os solicitantes de subsídios e recuperar fundos de ajuda não gastos na pandemia de covid-19.

Os democratas rejeitam os cortes e querem que os republicanos apoiem incondicionalmente o aumento do teto de emissão da dívida, como fizeram dezenas de vezes antes.

Preparação militar

Há meses, economistas preveem desastres econômicos se os Estados Unidos entrarem em default. Nesta quinta, foi a vez de um alto comandante militar do Pentágono alertar que o calote teria "um impacto significativamente alto nas tropas".

"A preparação seria afetada claramente. Assim, nossos exercícios em larga escala demorariam ou, em muitos casos, parariam", disse à imprensa Mark Milley, chefe do Estado-maior Conjunto.

McCarthy afirmou que os legisladores devem voltar em caráter de urgência a Washington se um acordo for alcançado em sua ausência, pois precisa ser votado na Câmara.

O legislador afirmou que não vai aceitar a ideia do governo Biden de impor aumentos de impostos aos ricos como alternativa aos cortes para reduzir a carga da dívida nacional, que passa dos US$ 31 trilhões (cerca de R$ 155 trilhões, na cotação atual).

McCarthy mencionou uma pesquisa da rede CNN, publicada nesta semana, segundo a qual 60% dos consultados disseram que um aumento do teto da dívida deveria ser acompanhado de cortes, embora 51% dos entrevistados em uma consulta da universidade de Monmouth afirmaram que gostariam de desvincular os dois temas.

"Sabemos onde estão nossas diferenças e continuaremos na mesa para tentar resolver o problema", disse McCarthy.

Crise fabricada

O chefe de gabinete da Casa Branca, Jeff Zients, sugeriu que os protestos republicanos sobre os gastos do governo são pouco sinceros. Zients destacou o plano republicano para estender os cortes de impostos durante o governo de Donald Trump que, segundo os democratas, adicionariam US$ 3,5 trilhões (R$ 17,4 trilhões) à dívida.

Aumentar o teto de endividamento não repercute nos gastos futuros. Só autoriza o governo a honrar compromissos já aprovados e executados.

O vice-secretário do Tesouro, Wally Adeyemo, disse a investidores em uma conferência em Washington que a ameaça de calote é uma "crise fabricada", que já encarece os empréstimos e custa dinheiro aos americanos.

Se o processo não for acelerado, qualquer acordo exigiria pelo menos dez dias para ser aprovado pela Câmara de Representantes e o Senado antes de chegar à mesa de Biden para ser promulgado.

Pagamentos à Previdência Social no valor de cerca de US$ 25 bilhões (cerca de R$ 125 bilhões), previstos para 2 de junho, poderiam ser interrompidos.

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