O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luis Alberto Moreno: "o maior sócio comercial do Brasil é a China, o maior sócio comercial do Chile é há tempos a China" (Pablo Porciuncula/AFP)
Da Redação
Publicado em 17 de março de 2013 às 16h10.
Cidade do Panamé - Os bancos centrais da América Latina têm menos espaço de manobra do que em 2008 para lidar com a previsão de crescimento mais lento para a região nos próximos anos, afirmou neste domingo o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
O BID afirmou que políticas anticíclicas que alguns países adotaram para lidar com a crise global podem ser mais expansivas do que o necessário, dada a melhora em algumas economias, e destacou a necessidade de reformas profundas que poderiam ajudar a região até mesmo a superar o sudeste asiático.
"Não temos o mesmo espaço fiscal e monetário que tínhamos em 2008", disse o economista-chefe do BID, José Juan Ruiz, destacando orçamentos mais fracos, taxas de juros mais baixas e apreciação monetária.
O BID afirmou que uma combinação de políticas fiscais mais duras e taxas de juros mais baixas podem ser a combinação apropriada, mas que os países podem impulsionar o crescimento ainda mais através de reformas estruturais --como a melhora da produtividade e economias domésticas.
A expectativa é de um crescimento anual de cerca de 3,9 por cento para a América Latina e o Caribe para 2013/2017, bem abaixo dos 4,8 por cento alcançados entre 2003/2007, disse o banco.
Mas se todos os 14 países da região adotarem reformas para melhorar a produtividde, aumentar as economias, reduzir o tamanho do mercado informal e melhorar a infraestrutura, o crescimento regional pode chegar a 6,2 por cento, completou o BID.
"Isso mais do que compensaria o crescimento mundial menor e aumentaria a performance de crescimento da América Latina e Caribe acima do projetado para o ASEAN-5", afirmou o relatório, referindo-se aos principais membros da Associação de Nações do Sudeste Asiático --Tailândia, Indonésia, Malásia, Filipinas e Vietnã.