Economia

Bernanke vê trabalho árduo até redução do desemprego nos EUA

O presidente do banco central norte americano também afirmou que a política de compra de ativos da autoridade monetária tem o apoio da maioria de seus membros


	Ben Bernanke, do Federal Reserve, disse que a taxa de desemprego dos EUA pode voltar ao patamar de 6 por cento em 2016
 (REUTERS/Sergei Karpukhin)

Ben Bernanke, do Federal Reserve, disse que a taxa de desemprego dos EUA pode voltar ao patamar de 6 por cento em 2016 (REUTERS/Sergei Karpukhin)

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Da Redação

Publicado em 27 de fevereiro de 2013 às 18h19.

Washington - É improvável que a taxa de desemprego nos Estados Unidos atinja níveis normais por alguns anos, afirmou o chairman do Federal Reserve, Ben Bernanke, nesta quarta-feira, voltando a defender a forte flexibilização da política monetária do banco central norte-americano.

Em audiência em um comitê do Congresso pelo segundo dia consecutivo, Bernanke minimizou sinais de divisões internas no Fed, afirmando que a política de compra de ativos, ou "quantitative easing", conta com apoio de uma "maioria significativa" de membros da autoridade monetária.

Um parlamentar questionou Bernanke sobre quando a economia poderia produzir vagas suficientes para reduzir a taxa de desemprego, atualmente em 7,9 por cento, para 6 por cento --o topo do intervalo da previsão de longo prazo do Fed.

"Um palpite razoável de 6 por cento seria por volta de 2016, cerca de três anos mais", respondeu Bernanke, em audiência do Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos EUA.

Além disso, como tinha afirmado na véspera ao Comitê Bancário do Senado, o chairman do Fed refutou a ideia de que a política de afrouxamento do banco central possa estar servindo de combustível para a formação de bolhas de ativos ou inflação.

"Pensamos que ainda há um pouco de capacidade ociosa. Não acho que a economia esteja superaquecendo", completou.


Nesta quarta-feira, os mercados financeiros foram novamente impulsionados pelas declarações de Bernanke, com os principais índices acionários avançando pelo segundo dia seguido sob a sinalização do chairman do Fed de continuidade de estímulos e o entusiasmo em relação a dados de investimento empresarial.

"Ele (Bernanke) vai voltar a encher o saco de pancadas por um tempo bastante longo", avaliou o vice-presidente sênior da Cuttone & Co., em Nova York, Keith Bliss.

Em resposta à crise financeira e à recessão de 2007-2009, o Fed reduziu os juros para quase zero e comprou mais de 2,5 trilhões de dólares em títulos hipotecários e do Tesouro para manter as taxas de longo prazo baixas.

Bernanke argumentou ainda que a flexibilização extraordinária da política monetária do Fed merece ao menos algum crédito pela recuperação econômica em andamento, mesmo que essa expansão continue frágil e vulnerável a iminentes cortes de gastos do governo norte-americano.

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