Economia

Bernanke faz apelo para que Congresso eleve teto da dívida

Para o presidente do banco central dos EUA, elevar o teto da dívida do país não quer dizer autorizar novos gastos do governo


	Ben Bernanke, presidente do Fed: É "muito, muito importante que o Congresso tome ações necessárias para elevar o teto da dívida para evitar uma situação em que nosso governo não pague suas contas"
 (Brent Smith/Reuters)

Ben Bernanke, presidente do Fed: É "muito, muito importante que o Congresso tome ações necessárias para elevar o teto da dívida para evitar uma situação em que nosso governo não pague suas contas" (Brent Smith/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 14 de janeiro de 2013 às 20h27.

Ann Arbor - O chairman do Federal Reserve (banco central norte-americano), Ben Bernanke, pediu nesta segunda-feira que parlamentares norte-americanos elevem o teto da dívida dos Estados Unidos para evitar um possivelmente desastroso default.

Comparando o Congresso a uma família que argumenta poder melhorar sua classificação de crédito ao decidir não pagar sua conta de cartão de crédito, Bernanke disse que elevar o limite legal de endividamento não é o mesmo que autorizar novos gastos do governo.

É "muito, muito importante que o Congresso tome ações necessárias para elevar o teto da dívida para evitar uma situação em que nosso governo não pague suas contas", disse o chairman do Fed em evento organizado pela Universidade de Michigan.

O Tesouro norte-americano afirma que o país chegou ao limite de seu endividamento em 31 de dezembro e agora está fazendo uso de medidas especiais para permitir que o governo cumpra suas obrigações financeiras.

Líderes dos EUA estenderam desonerações para todas as famílias norte-americanas cuja renda é menor do que 450 mil dólares por ano para evitar uma parrcela das medidas do chamado "abismo fiscal" que, segundo Bernanke, provavelmente levariam a economia para uma nova recessão.

Mas parlamentares ainda precisam navegar o limite da dívida e elaborar um acordo sobre drásticos cortes de gastos automáticos que foram adiados para 1º de março.

"Não saímos do perigo porque estamos nos aproximando de uma série de outros obstáculos fiscais críticos", alertou o chairman do Fed.


O Fed optou no mês passado por continuar comprando 85 bilhões de dólares em Treasuries (títulos de dívida soberana norte-americana) e ativos lastreados em hipotecas por mês até ver uma melhora significativa na perspectiva do mercado de trabalho, em um esforço agressivo para reduzir os custos de financiamento e incentivar contratações.

A autoridade mantém as taxas de juros quase zeradas desde dezembro de 2008 e disse que vai sustentá-las nesse nível ultra-baixo até que o desemprego chegue a 6,5 por cento, contanto que a inflação não supere um limite de 2,5 por cento. O desemprego nos EUA em dezembro ficou em 7,8 por cento.

O presidente do Federal Reserve de San Francisco, John Williams, disse mais cedo nesta segunda-feira que espera que a política de compra de bônus do banco central seja necessária "durante boa parte do segundo semestre de 2013".

A ata da reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed de 11 e 12 de dezembro, divulgada mais cedo neste mês, mostrou que vários membros da autoridade monetária favoreceram o término das compras de bônus bem antes do fim deste ano, enquanto algumas autoridades acreditam que as compras são necessárias até o fim de 2013.

Um terceiro membro do banco central que falou nesta segunda-feira, o presidente do Federal Reserve de Atlanta, Dennis Lockhart, destacou que a natureza aberta do compromisso do Fed em comprar ativos não significa que a medida continuará indefinidamente.

"'Aberta' não significa 'sem limite'. O programa não é 'QE Infinito'", disse ele ao Rotary Club de Atlanta.

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