Segundo Bernanke, a recuperação das economias emergentes da crise financeira global propicia um grande incentivo para esse fluxo (Win McNamee/Getty Images/AFP)
Da Redação
Publicado em 14 de outubro de 2012 às 10h34.
São Paulo - O presidente do Federal Reserve (Fed, na sigla em inglês para o Banco Central dos Estados Unidos), Ben Bernanke, avaliou que a ligação entre as políticas acomodatícias dos EUA e das economias avançadas e o fluxo de capital para países emergentes é, em algumas vezes, mais frouxa do que o habitualmente se afirma.
Em discurso previamente preparado para a apresentação durante um seminário patrocinado pelo Banco do Japão (BoJ) e Fundo Monetário Internacional (FMI), neste domingo, em Tóquio, Bernanke disse que, mesmo em tempos normais, são as diferenças de perspectivas de crescimento entre os países - e o resultante retorno esperado - que representam o mais importante determinante para esses fluxos.
Segundo Bernanke, a recuperação das economias emergentes da crise financeira global, mesmo enquanto as economias avançadas continuam fracas, propicia um grande incentivo para esse fluxo. O presidente do BC norte-americano rebateu as críticas de que as políticas monetárias acomodatícias de países avançados representam o fator dominante por trás dos fluxos.
"Pesquisas recentes, incluindo estudos do FMI, não respaldam a visão de que as políticas monetárias de economias avançadas são o fator dominante por trás do fluxo de capital para emergentes. Consistentemente com essa revelação, os fluxos diminuíram nos últimos anos, mesmo quando a política monetária nas economias avançadas continuou sendo flexibilizada e as taxas de juros de longo prazo seguiram em queda", observou Bernanke no texto preparado para o evento e que está disponível na íntegra no site do Federal Reserve.