Belluzzo: não funciona ter uma meta tão rígida para a inflação, segundo o economista (Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 17 de outubro de 2012 às 12h23.
São Paulo – O economista e sócio-diretor da Facamp, Luiz Gonzaga Belluzzo acredita que o Comitê de Política Monetária (Copom) irá manter a taxa básica de juros em 7,25% em sua próxima reunião, em novembro.
“A partir de agora, acho que o BC vai examinar o que está acontecendo com crescimento, inflação, talvez na próxima rodada não faça nenhuma redução. Não deve fazer mesmo. Deve esperar um pouco”, afirmo.
Para Belluzzo, é bom que o Banco Central tenha um pouco de cautela nesse momento. “A inflação subiu um pouco, precisa ver a consistência dessa subida, porque teve o choque de alimentos”, disse Belluzzo, durante o Seminário “Perspectivas das Relações Econômicas entre o Brasil e os Países Árabes”.
Não funciona ter uma meta tão rígida para a inflação, segundo Belluzzo. “O Brasil não está às vésperas de ter um surto inflacionário, não é como se ela fosse sair do controle, está dentro da meta”, afirmou Belluzzo. Para o economista, o intervalo, entre 2,5% e 6,5% é confortável para a inflação, não é necessário ter uma obsessão pelo centro da meta, 4,5%. “Tem que dar o sinal para o mercado que você não vai permitir que a inflação avance”, disse.
“Quando o Brasil ficou no centro da meta? Um ano, todo mundo que está dizendo que precisa voltar para a meta ficou fora da meta”, afirmou. A expectativa do mercado para a inflação, segundo o Boletim Focus, é de 5,43% em 2012. Para o próximo ano, a projeção da inflação é de 5,42%.