Economia

BCs europeus veem dilema em possível aperto monetário do Fed

A inflação permanece próxima a zero nas 19 nações da zona do euro


	Sede do Banco Central Europeu (BCE): a inflação permanece próxima a zero nas 19 nações da zona do euro
 (Daniel Roland/AFP)

Sede do Banco Central Europeu (BCE): a inflação permanece próxima a zero nas 19 nações da zona do euro (Daniel Roland/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2015 às 09h28.

Bruxelas - Os bancos centrais da Europa estão enfrentando dilemas divergentes sobre como reaquecer a inflação e sustentar o crescimento econômico no momento em que o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, se prepara para começar a elevar a taxa de juros pela primeira vez desde o colapso do banco Lehman Brothers.

Embora seja amplamente esperado que o Fed inicie um aperto da política monetária de forma lento mas estável a partir de dezembro, em resposta aos sólidos números de emprego e crescimento dos EUA, o Banco Central Europeu (BCE) provavelmente vai afrouxar ainda mais a política monetária no dia 3 de dezembro.

"Ele (o BCE) não pode correr o risco de decepcionar os mercados, tendo levantado expectativas de ação", disse Ken Wattret, do BNP Paribas, refletindo a visão da grande maioria dos economistas consultados pela Reuters.

Isso é porque a inflação permanece próxima a zero nas 19 nações da zona do euro, e o núcleo da inflação, que exclui os preços de energia e os fatores sazonais, é de cerca de 1 por cento, contra meta do BCE de perto mas abaixo, de 2 por cento.

Enquanto isso, o banco central britânico ainda está ponderando quando fará sua primeira elevação da taxa de juros, e os bancos centrais da Suíça e da Suécia estão preocupados sobre como combater o excesso de valorização de suas moedas já que a perspectiva de taxas ainda menores do BCE torna o euro mais barato.

Os bancos centrais da zona do euro, da Suíça, Dinamarca e Suécia já levaram a taxa de depósito dos bancos para abaixo de zero, com os países que não usam o euro tendo que ir mais fundo no território negativo para estabilizar suas taxas de câmbio.

Os dilemas de política diferem, mas eles têm um traço comum: é cada vez mais difícil para os bancos centrais reavivar a inflação em economias que sofrem reduções no potencial de crescimento de longo prazo devido ao investimento baixo, desemprego alto e envelhecimento populacional.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralFed – Federal Reserve SystemMercado financeiroZona do Euro

Mais de Economia

ONS recomenda adoção do horário de verão para 'desestressar' sistema

Yellen considera decisão do Fed de reduzir juros 'sinal muito positivo'

Arrecadação de agosto é recorde para o mês, tem crescimento real de 11,95% e chega a R$ 201,6 bi

Senado aprova 'Acredita', com crédito para CadÚnico e Desenrola para MEIs