Economia

BCs do Mercosul debatem políticas de acúmulo de reservas

Sobre a reestruturação da Grécia, o presidente do BC uruguaio comentou que foi um passo importante na direção do reordenamento em nível global da economia

Bandeiras do Mercosul: No que diz respeito ao diálogo político e à cooperação, as instituições conseguiram avanços em diversas áreas
 (Norberto Duarte/AFP)

Bandeiras do Mercosul: No que diz respeito ao diálogo político e à cooperação, as instituições conseguiram avanços em diversas áreas (Norberto Duarte/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de março de 2012 às 19h22.

São Paulo - O presidente do Banco Central do Uruguai, Mario Bergara, disse hoje que a reunião realizada nesta sexta-feira entre os presidentes dos bancos centrais do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) e associados (Chile, Peru, Bolívia e Venezuela) foi importante para fazer um intercâmbio de opiniões e de informações sobre as economias dos países. "Discutimos, entre outros temas, a evolução e avaliação das políticas de acumulação das reservas dos países, que se mostraram bastante efetivas para enfrentar o contexto internacional atual", disse em entrevista coletiva à imprensa.

"Alguns países que participam do G-20 nos passaram um pouco a visão da economia global, onde os países avançados continuam tendo dificuldades em matéria de crescimento, sobretudo no curto prazo, com expansão monetária que continua sendo importante nos Estados Unidos e seguramente será na Europa. Embora haja uma revisão para baixo do crescimento da economia chinesa, o país continuará crescendo a uma taxa razoável, e consequentemente, os preços das matérias primas não deverão ser afetados substancialmente", resumiu Bergara.

Ele reconheceu que "as economias da região estão sendo afetadas pela crise internacional e que o Brasil é um fator importante porque participa desse grupo de países emergentes no mundo, que são os que estão impulsionando o crescimento no mundo".

Bergara comentou ainda que conversou com a colega argentina, Mercedes Marco Del Pont, sobre a adoção do sistema de pagamento em moedas locais no comércio bilateral, a exemplo do mecanismo usado pelo Brasil e Argentina, que dispensa o uso de dólares no intercâmbio comercial. Ele disse também que o uso do mecanismo entre o Uruguai e o Brasil já foi acertado entre os dois países, mas falta a aprovação do Congresso brasileiro. "Tomara que seja aprovado o quanto antes, mas não podemos marcar os tempos do Legislativo, nem do Executivo do Brasil", afirmou.

Sobre a reestruturação da Grécia, o presidente do BC uruguaio comentou que foi um passo importante na direção do reordenamento em nível global da economia. "É melhor que todos estejamos bem. Na medida em que os países europeus vão resolvendo suas situações, isso vai repercutindo positivamente nas nossas economias", opinou. A instabilidade e a incerteza global diminuirão e todos vamos poder tomar decisões com mais segurança disse o presidente do BC uruguaio, acrescentando que a renegociação da dívida grega é apenas o primeiro passo. "O desafio é grande porque uma coisa é resolver os problemas de curto prazo no terreno financeiro, mas as coisas se resolvem mesmo, no médio e longo prazos, à base de crescimento", destacou.

Para Bergara, o grande desafio das economias europeias é aproveitar o reordenamento financeiro para gerar uma base de crescimento. Ele lembrou que os países da região saíram rapidamente das crises porque reordenaram suas finanças e aplicaram medidas de crescimento da economia.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralMercado financeiroMercosulMoedas

Mais de Economia

Taxa de desemprego recua em 7 estados no terceiro trimestre, diz IBGE

China e Brasil: Destaques da cooperação econômica que transformam mercados

'Não vamos destruir valor, vamos manter o foco em petróleo e gás', diz presidente da Petrobras

Governo estima R$ 820 milhões de investimentos em energia para áreas isoladas no Norte