Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (François Lenoir/Reuters)
Isabela Rovaroto
Publicado em 21 de setembro de 2020 às 11h39.
A recuperação econômica da Europa é incerta e desigual, exigindo avaliação "bastante cuidadosa" dos dados, incluindo a evolução da pandemia de coronavírus, disse nesta segunda-feira a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde.
"A incerteza do ambiente atual exige uma avaliação bastante cuidadosa das informações, incluindo os acontecimentos na taxa de câmbio", disse Lagarde em discurso à Assembleia Parlamentar Franco-Alemã.
"A força da recuperação permanece bastante incerta, assim como desigual e incompleta", disse Lagarde. "Ela continua a ser altamente dependente da evolução futura da pandemia e do sucesso das políticas de contenção."
Uma transição desordenada para a economia de baixo carbono pode trazer riscos sistêmicos relevantes, afirmou nesta segunda-feira 21, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde. "Dado o quão interconectado nosso setor financeiro está precisamos enfrentar esses riscos juntos", acrescentou.
Em discurso na Assembleia Parlamentar Franco-Alemã, Lagarde ressaltou que a mudança para uma economia mais sustentável também pode proporcionar novas oportunidades de crescimento, desde que amparadas por programas de investimento ambiciosos - e por isso, deve ser feita de maneira coordenada. "A União Europeia necessitará de até 470 bilhões de euros em investimento todos os anos para alcançar os seus atuais objetivos de política climática e ambiental", disse a banqueira central aos parlamentares. "A transição só pode ser bem-sucedida se o setor privado também contribuir. O sistema financeiro deve ser um catalisador para essa mudança", alertou.
Ainda sobre o setor, a presidente do BCE defendeu a conclusão da união bancária no bloco como forma de dialogar com essa transição para uma economia mais verde e transfronteiriça, como há tempos a Comissão Europeia vem defendendo. "Precisamos criar uma verdadeira união dos mercados de capitais. Mercados de capitais profundos e líquidos contribuirão em muito para fortalecer o papel internacional do euro e fortalecer a autonomia estratégica da Europa", completou Lagarde.