Economia

BCE mantém juros e mercado espera sinais de Draghi

Os investidores também estão esperando a Espanha morder a isca e pedir um resgate formal para sua economia em crise

Presidente do BCE, Mario Draghi, participa de coletiva de imprensa mensal em Frankfurt, Alemanha (Alex Domanski/Reuters)

Presidente do BCE, Mario Draghi, participa de coletiva de imprensa mensal em Frankfurt, Alemanha (Alex Domanski/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 4 de outubro de 2012 às 09h50.

Brdo Pri Kranju - O Banco Central Europeu (BCE) deixou inalteradas as taxas de juros nesta quinta-feira, com os mercados esperando sinais do presidente Mario Draghi sobre quando ele pode puxar o gatilho de seu novo programa de compra de títulos.

Um mês após Draghi revelar um programa de compra de títulos para Estados em dificuldade da zona do euro que foi visto por muitos como um salvador para o bloco monetário, os investidores estão esperando a Espanha morder a isca e pedir um resgate formal.

Antes que o país faça isso, o BCE não pode agir, e os mercados devem permanecer nervosos. Os yields dos títulos de dois anos da Espanha subiram mais de meio ponto percentual nas semanas desde que o plano de Draghi foi apresentado --uma lembrança de que ações, e não palavras, são necessárias para resolver a crise de três anos da zona do euro.

"Draghi será cauteloso, mas ele colocará um pouco mais de pressão sobre a Espanha para pedir ajuda dado que, se isso não acontecer, a agitação do mercado, a volatilidade do mercado, pode aumentar novamente", afirmou Elwin de Groot, do Rabobank.

Antes da entrevista do presidente do BCE às 9h30, o banco central anunciou que o seu Conselho Administrativo decidiu manter a sua principal taxa de juros em 0,75 por cento, uma mínima recorde.

Analistas esperam que o banco corte as taxas de juros ainda este ano, mas apenas depois do início do novo programa de compra de títulos.

A taxa de depósito foi mantida em 0,0 por cento, e a taxa de empréstimo marginal ficou em 1,5 por cento, informou o BCE.

A inflação anual da zona do euro ficou em 2,7 por cento em setembro, o 22o mês seguido em que a inflação superou a meta do BCE de pouco abaixo de 2 por cento. Isso tem limitado o escopo para agir em relação aos juros, mesmo com o risco de o bloco monetário voltar a cair em recessão no terceiro trimestre.

A decisão sobre os juros veio em linha com as expectativas --a maioria dos 73 economistas consultados pela Reuters não esperava mudança nesta quinta-feira na reunião do Conselho realizada na Eslovênia, um dos dois encontros anuais que são feitos fora da sede do banco, em Frankfurt.

O presidente do BCE, Mario Draghi, irá explicar a decisão do Conselho de Administração e deverá ser questionado sobre sua avaliação das negociações sobre a Espanha, que anunciou novas medidas orçamentárias nas últimas semanas para tentar reconquistar a confiança dos mercados.

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