Presidente do BCE, Mario Draghi, durante coletiva de imprensa mensal do banco central, em Frankfurt: juros continuarão "nos níveis atuais ou em níveis inferiores durante um período prolongado" (Lisi Niesner/Reuters)
Da Redação
Publicado em 11 de julho de 2013 às 10h33.
Frankfurt - O Banco Central Europeu (BCE) garantiu novamente que as taxas de juros seguirão baixas em um período de tempo prolongado, um dia depois que o presidente do Federal Reserve americano (Fed), Ben Bernanke, também anunciou essa decisão.
No boletim mensal de julho, publicado nesta quinta-feira, o BCE assinalou que "o Conselho de governo prevê que as taxas de juros oficiais do BCE se mantenham nos níveis atuais ou em níveis inferiores durante um período prolongado", mensagem que foi transmitida na última semana por seu presidente, Mario Draghi.
Bernanke insistiu ontem que a política de estímulo monetário é "necessária" no "futuro imediato" e assinalou que não haverá pressa em elevar as taxas de juros de referência, atualmente em níveis excepcionalmente baixos, em torno de 0%.
O euro disparou US$ 0,03 após as declarações de Bernanke e superou US$ 1,31, frente a US$ 1,2849 das últimas horas da negociação europeia do mercado de divisas.
Além disso, o Banco do Japão (BOJ) manteve sua atual política monetária.
O BOJ revisou para cima sua avaliação da economia do país e considerou que a nação começa a se recuperar de forma moderada e, por isso, o banco central passou a usar pela primeira vez, desde janeiro de 2011, o termo "recuperação" para descrever as condições econômicas.
Entre finais de maio e 3 de julho de 2013, as cotações das bolsas de valores registraram uma queda de 6% na zona do euro, enquanto nos EUA se mostraram menos acentuadas - um 1% -, nesse mesmo período, pelos debates em torno de um possível fim da política de relaxamento quantitativa nos EUA, segundo o BCE.
"Os dados econômicos publicados se inclinam ligeiramente em direção ao lado positivo das expectativas na zona do euro, embora ainda apontem uma dinâmica de crescimento frágil", afirmou o BCE no relatório. Nos EUA, os dados econômicos também seguem essa mesma tendência.
De acordo com o BCE, a incerteza das bolsas de valores, medida pela volatilidade implícita, aumentou durante o período considerado.