Economia

BCE faz concessões sobre bônus da Grécia

Informação é do Wall Street Journal fontes com conhecimento das negociações sobre a reestruturação da dívida do país

Sede do Banco Central Europeu (Daniel Roland/AFP)

Sede do Banco Central Europeu (Daniel Roland/AFP)

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Da Redação

Publicado em 8 de fevereiro de 2012 às 08h06.

Nova York - O Banco Central Europeu (BCE) fez concessões importantes relacionadas aos bônus do governo da Grécia que possui, o que vai contribuir para uma redução no ônus da dívida grega e facilitar o percurso em direção a um novo pacote de resgate para o país, afirmaram ao Wall Street Journal fontes com conhecimento das negociações sobre a reestruturação da dívida da Grécia.

Segundo as fontes, o BCE concordou em trocar bônus gregos que comprou no mercado secundário no ano passado a um preço abaixo do valor de face, desde que as negociações para reestruturar a dívida da Grécia tenham um bom resultado. A instituição não terá prejuízo com a operação, mas não está claro se os bônus serão trocados pelo preço que foram comprados ou se haverá um lucro.

A ideia é que o BCE, efetivamente, troque os bônus gregos por bônus da Linha de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF, na sigla em inglês), o fundo de resgate temporário da zona do euro. A EFSF não manterá os bônus em seu balanço financeiro, mas os devolverá para a Grécia e o país, então, reembolsará o fundo pelo preço pago pelos papéis quando comprados do BCE.

As fontes disseram que a outra opção em discussão - para que bancos centrais nacionais da zona do euro, que têm estimados 12 bilhões de euros em bônus gregos em suas carteiras de investimentos, também assumam um papel na redução da dívida da Grécia - está sendo rejeitada. Isso significa que os bancos centrais vão insistir em ser reembolsados integralmente.

A decisão do BCE, um dos maiores credores da Grécia, ajudará o governo grego a chegar a um acordo com os credores do setor privado e abrirá caminho para um segundo resgate de 130 bilhões de euros (US$ 170 bilhões) de outros países da zona do euro e do Fundo Monetário Internacional (FMI). Mas ainda não está claro se os políticos gregos, que enfrentam a insatisfação popular, aceitarão as duras medidas de austeridade exigidas pelas autoridades europeias e pelo FMI como condição para o fornecimento de mais assistência.

Os credores públicos da Grécia têm sido pressionados a fazer concessões porque o esperado acordo com os credores privados - que reduzirá em cerca de 100 bilhões de euros a dívida grega - não será suficiente para satisfazer o FMI. Segundo fontes, a concessão do BCE poderá eliminar mais 11 bilhões da dívida de euros, a diferença entre o preço pago pelo BCE pelos bônus no mercado secundário e o valor de face deles. O valor pode ser menor se o BCE insistir em obter algum lucro. As informações são da Dow Jones.

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