Economia

BCE está descumprindo meta de inflação, diz Nowotny

Segundo Nowotny, que também é presidente do BC da Áustria, o principal fator por trás da inflação baixa é a "dramática" queda nos preços do petróleo


	Ewald Nowotny: segundo Nowotny, que também é presidente do BC da Áustria, o principal fator por trás da inflação baixa é a "dramática" queda nos preços do petróleo
 (Heinz-Peter Bader/Reuters)

Ewald Nowotny: segundo Nowotny, que também é presidente do BC da Áustria, o principal fator por trás da inflação baixa é a "dramática" queda nos preços do petróleo (Heinz-Peter Bader/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 15 de outubro de 2015 às 07h27.

Varsóvia - O Banco Central Europeu (BCE) está "claramente descumprindo" sua meta de inflação anual, que é de taxa ligeiramente abaixo de 2%, em meio ao fraco crescimento da zona do euro, afirmou hoje Ewald Nowotny, integrante do conselho diretor do BCE.

Segundo Nowotny, que também é presidente do BC da Áustria, o principal fator por trás da inflação baixa é a "dramática" queda nos preços do petróleo.

"É preciso dizer que os bancos centrais não podem influenciar isso", comentou Nowotny, acrescentando que o núcleo da inflação também está baixo.

Em setembro, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro teve queda anual de 0,1%, caindo pela primeira vez desde que o BCE iniciou em março seu programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês), que envolve compras mensais de até 60 bilhões de euros em ativos, principalmente de bônus soberanos. A desaceleração do CPI levou analistas a sugerir que o BCE amplie seu programa.

Na semana passada, o presidente do BCE, Mario Draghi, reiterou que a instituição está disposta a ajustar seu programa se a inflação continuar distante da meta por muito tempo. Já Nowotny defendeu hoje novos instrumentos para combater a inflação baixa, incluindo medidas estruturais.

O titular do BC austríaco disse também que a zona do euro ainda está "incompleta" e precisa aprofundar a integração de seus 19 países-membros.

"A severa crise que enfrentamos lembrou os formuladores de politicas dos problemas de uma união incompleta...uma (união monetária e econômica) genuína precisa de mais disciplina e de mais solidariedade", disse Nowotny.

Incertezas sobre o futuro do euro e o crescimento fraco são os dois maiores desafios da União Europeia, de acordo com Nowotny. "Precisamos de expansão econômica mais forte, que reduza o desemprego e nos traga mais próximos de nosso objetivo de estabilidade dos preços", concluiu. 

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