Economia

BCE espera deterioração de expectativas para inflação

A atual taxa de inflação dificulta que os países europeus em pior situação econômica reduzam suas dívidas e custos trabalhistas


	Sede do Banco Central Europeu em Frankfurt, na Alemanha
 (Ralph Orlowski/Bloomberg)

Sede do Banco Central Europeu em Frankfurt, na Alemanha (Ralph Orlowski/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de junho de 2014 às 09h23.

Amsterdã - O Banco Central Europeu precisa ver a deterioração das expectativas para a inflação na zona do euro antes de embarcar em compras de ativos financeiros em larga escala, afirmou o presidente do BCE, Mario Draghi. Em entrevista ao jornal holandês De Telegraaf, ele afirmou que "a deterioração das expectativas de inflação a médio prazo" precisa acontecer antes que o banco adote uma flexibilização das restrições. Ainda de acordo com Draghi, tal flexibilização pode incluir a compra de títulos do governo e de empréstimos do setor privado.

Apesar da inflação baixa, Draghi disse que o BCE "não vê deflação no sentido de queda dos preços em toda a zona do euro". Segundo ele, o banco agora concentra seu foco no conjunto de medidas anunciadas no início deste mês para combater a baixa da inflação.

Em sua reunião de junho, o Conselho do BCE reduziu três de suas taxas básicas e anunciou um programa direcionado de operações de longo prazo (LTROs, na sigla em inglês), com valor estimado em 400 bilhões de euros, que será condicionado ao compromisso dos bancos de fazerem empréstimos para a economia real. As medidas foram anunciadas após a inflação anual da zona do euro cair para apenas 0,5% em maio, menor nível registrado em quatro anos e abaixo da meta do Banco Central Europeu, que é de cerca de 2%.

A atual taxa de inflação dificulta que os países europeus em pior situação econômica reduzam suas dívidas e custos trabalhistas a ponto de competir com a Alemanha ou com outros membros economicamente mais saudáveis da União Europeia. Se os preços caírem, os consumidores devem adiar suas compras, removendo um pilar importante para o crescimento da economia desses Estados.

Na entrevista, Draghi afirmou ainda que a promessa do BCE de liquidez ilimitada para os bancos da zona do euro até o final de 2016 serve como um sinal de como as taxas de juros de longo prazo do bloco monetário continuarão baixas. Quando perguntado sobre os problemas no Iraque, Draghi acrescentou que, se não houver valorização do euro, a alta nos preços do petróleo com certeza deve impactar a inflação. Fonte: Dow Jones Newswires.

Acompanhe tudo sobre:BCEInflaçãoZona do Euro

Mais de Economia

“Se tiver problema de cálculo, voltamos para a planilha”, diz Haddad, sobre possíveis novos cortes

China quase triplica produção de automóveis em 14 anos e reorganiza mapa de fabricação no mundo

Pacheco reitera apoio ao pacote de gastos e diz ser "início de jornada de responsabilidade fiscal"

Setor público tem superávit de R$ 36,9 bi em outubro, mas dívida cresce para 78,6% do PIB