Economia

BCE diz que poderia voltar a comprar dívidas

Presidente do Banco Central Europeu diz que se países solicitarem intervenção nos mercados do fundo europeu de resgate, Banco pode retomar compras de dívida

Prédio do BCE: banco pode retomar compras de dívida (Ralph Orlowski/Reuters)

Prédio do BCE: banco pode retomar compras de dívida (Ralph Orlowski/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de agosto de 2012 às 11h23.

Frankfurt - O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, pediu nesta quinta-feira aos países em apuros para "estar preparados" para solicitar uma intervenção nos mercados do fundo europeu de resgate (FEEF) e assegurou que se isso acontecer o BCE poderia retomar suas compras de dívida.

Na entrevista coletiva depois da reunião do Conselho de Governo, Draghi assegurou que "os Governos devem estar preparados" para ativar os fundos de resgate temporários e permanentes FEEF e MEE no mercado de dívida quando existirem "circunstâncias excepcionais para os mercados financeiros e riscos para a estabilidade de preços com estrita condicionalidade".

Só se isso acontecer o BCE estaria disposto a retomar seu programa de compra de dívida dos países sob maior pressão, assegurou Draghi.

"O Conselho de Governo, dentro de seu mandato de manter a estabilidade de preços a médio prazo e no respeito de sua independência para determinar a política monetária, poderia realizar operações no mercado secundário de um tamanho adequado para alcançar seu objetivo".

Draghi ressaltou que o BCE não pode substituir os Governos e esclareceu que, por enquanto, nenhum país solicitou compra de dívida por parte dos fundos de resgate.

Essa medida, lembrou, traz junto uma "estrita condicionalidade".

A disposição de intervir nos mercados, segundo Draghi, se deriva do fato que as medidas de ajuste e as reformas que os Governos devem realizar para solucionar a longo prazo o problema da taxa de risco "podem levar tempo", e a que os mercados frequentemente não reagem até que seu sucesso seja claro.

Acompanhe tudo sobre:BCECrise econômicaCrises em empresasDívida pública

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto