Economia

BCE diz que compra da dívida pública não freará reforma

BCE anunciou na segunda-feira ter iniciado a compra maciça de dívida pública nos mercados, no âmbito do programa destinado a reativar a economia da zona do euro

O presidente do BCE, Mario Draghi: "o impacto benéfico de nossas compras de ativos nas condições de financiamento não reduzirá os estímulos da reforma" (Daniel Roland/AFP)

O presidente do BCE, Mario Draghi: "o impacto benéfico de nossas compras de ativos nas condições de financiamento não reduzirá os estímulos da reforma" (Daniel Roland/AFP)

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Da Redação

Publicado em 11 de março de 2015 às 10h59.

Frankfurt - A compra em massa da dívida pública que o Banco Central Europeu (BCE) iniciou esta semana não freará as reformas estruturais na zona do euro, como temem alguns, afirmou nesta quarta-feira seu presidente, Mario Draghi.

"O impacto benéfico de nossas compras de ativos nas condições de financiamento não reduzirá os estímulos da reforma", afirmou Draghi em um seminário do setor bancário em Frankfurt.

"Ao contrário, incrementarão os benefícios dessas reformas, à medida que as empresas terão incentivos para aumentar seus investimentos, o que acelerará a recuperação econômica", acrescentou.

O BCE anunciou na segunda-feira ter iniciado a compra maciça de dívida pública nos mercados, no âmbito do programa destinado a reativar a economia da zona do euro.

O banco central da zona do euro gastará mensalmente cerca de 60 bilhões de euros até setembro de 2016, ou seja, mais de 1,14 trilhão de euros, na compra, principalmente, da dívida soberana de seus países-membros.

Para Frédérik Ducrozet, economista do Crédit Agricole CIB, conhecido como "expansão quantitativa" ou "QE", na sigla em inglês, o programa já tem consequências na economia real e no euro e continuará tendo, já que as taxas cobradas pelos bancos de empresas e particulares estão baixando".

Os bancos centrais nacionais - como o Bundesbank, o Banco de Espanha e outros - serão os principais executores, realizando 92% das compras.

Desde o segundo semestre do ano passado, os bancos centrais já compram a dívida privada. A novidade nesta segunda-feira é a compra massiva de títulos da dívida emitidos pelos Estados da zona do euro que se realizarão apenas no mercado secundário da dívida.

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