Economia

Para BCE, correção de desequilíbrio exige mais esforços

Frankfurt - O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet pediu hoje atitudes decisivas dos governos para uma consolidação duradoura e confiável das finanças públicas. Segundo ele, a correção dos grandes desequilíbrios fiscais vai exigir um aumento dos atuais esforços. Trichet afirmou que a consolidação fiscal precisará exceder substancialmente o ajuste anual estrutural de […]

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.

Frankfurt - O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet pediu hoje atitudes decisivas dos governos para uma consolidação duradoura e confiável das finanças públicas. Segundo ele, a correção dos grandes desequilíbrios fiscais vai exigir um aumento dos atuais esforços.

Trichet afirmou que a consolidação fiscal precisará exceder substancialmente o ajuste anual estrutural de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) estabelecido como exigência mínima pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento da União Europeia. "Quanto mais a correção fiscal for adiada, maiores se tornam os ajustes necessários e maiores ficam os riscos de perdas de reputação e confiança", alertou.

O presidente do BCE destacou que uma implementação suave de planos de consolidação abrangentes, com foco nos gastos e em reformas estruturais, são importantes. "Nesse contexto, o Conselho de Governo saúda o programa de ajuste econômico e financeiro que foi aprovado pelo governo da Grécia, depois da conclusão bem sucedida das negociações com a Comissão Europeia, o BCE e o Fundo Monetário Internacional (FMI)", disse.

No entanto, Trichet observou que são cruciais para todos os países da zona do euro (que reúne as 16 economias que adoram o euro como moeda) reformas estruturais que levem a um crescimento maior e a mais empregos, que darão suporte a uma recuperação.

Trichet também afirmou que, tendo em vista o crescimento do desemprego, são necessários sistemas de impostos e benefícios que criem incentivos eficientes para o emprego, melhores esquemas de treinamento e flexibilidade suficiente nos contratos de trabalho. "Para isso, instituições de barganha de salários que permitam que as remunerações se ajustem adequadamente às perdas em competitividade e à situação de desemprego são indispensáveis", disse.

A reestruturação do setor bancário também foi comentada por Trichet. O presidente do BCE disse que "balanços financeiros sólidos, gerenciamento de risco eficiente e transparente e modelos de negócio robustos são fundamentais para fortalecer a resiliência dos bancos contra choques e garantir acesso adequado a financiamento, o que criaria as bases para o crescimento sustentável e a estabilidade financeira".

Ambiente
O BCE continua considerando que os riscos para as perspectivas da economia da zona do euro estão bem equilibrados, mas em um ambiente de elevada incerteza. Entre os riscos favoráveis estão a economia global e o comércio exterior, que podem ganhar impulso maior do que o projetado, assim como a confiança, resultando em um crescimento sustentado, disse Trichet.

Entre os riscos negativos, Trichet apontou as contínuas preocupações com a tensão em alguns segmentos dos mercados financeiros e a renovada alta dos preços do petróleo e de outras commodities. As informações são da Dow Jones.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralCrise gregaEuropaGréciaMercado financeiroPiigsUnião Europeia

Mais de Economia

Planalto quer que Haddad explique corte de gastos em pronunciamento em rádio e TV

Para investidor estrangeiro, "barulho local" sobre a economia contamina preços e expectativas

Qual estado melhor devolve à sociedade os impostos arrecadados? Estudo exclusivo responde

IPCA-15 de novembro sobe 0,62%; inflação acumulada de 12 meses acelera para 4,77%