Economia

BC vê influência negativa do exterior na expansão do PIB

Banco Central acredita que a atividade doméstica brasileira recebe pressões internacionais

Mesmo assim, o BC reconhece que os mais importantes números macroeconômicos seguem apontando para o crescimento da atividade no segundo trimestre de 2011 (Divulgação/Banco Central)

Mesmo assim, o BC reconhece que os mais importantes números macroeconômicos seguem apontando para o crescimento da atividade no segundo trimestre de 2011 (Divulgação/Banco Central)

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Da Redação

Publicado em 19 de agosto de 2011 às 11h34.

Porto Alegre - O Banco Central (BC) avalia que o ambiente internacional continua tendo influência negativa na atividade doméstica. Boletim Regional divulgado hoje pela autoridade monetária na capital gaúcha diz que o setor externo "persiste exercendo contribuição negativa para a expansão do produto, em linha com a diferença entre os ritmos de crescimento das economias interna e mundial".

De acordo com o documento, "a economia do País deverá crescer em ritmo menos intenso do que em 2010, cenário consistente com os efeitos das ações de política monetária e das medidas macroprudenciais adotadas recentemente".

Nesse trecho do documento, os diretores do BC afirmam que "a expansão registrada pela economia brasileira no decorrer do primeiro semestre de 2011 evidenciou, em parte, o impacto da safra de grãos sobre o dinamismo da agropecuária e o desempenho da demanda doméstica".

Sobre a demanda interna, a autoridade monetária ressaltou especialmente "a continuidade no crescimento dos investimentos, embora com relativa moderação em relação a 2010".

Moderação

O Banco Central reconhece que os mais importantes números macroeconômicos seguem apontando para o crescimento da atividade no segundo trimestre de 2011. "Os principais indicadores da economia brasileira registraram continuidade do processo de expansão da atividade", diz trecho do Boletim Regional.

Mas o BC observa que, quando comparadas individualmente, as várias regiões do Brasil já sinalizam algum arrefecimento da economia. "As trajetórias de crescimento - seguindo as especificidades das estruturas produtivas das diferentes regiões - apresentaram evolução distinta em termos regionais", informa o documento, na página 73.

A diretoria do BC explica que indicadores das regiões Sul, Centro-Oeste e Norte têm evidenciando, "de forma geral, sinais mais evidentes de moderação". Enquanto isso, os números vindos do Nordeste seguem "apontando maior dinamismo".


Crédito

O Boletim Regional do BC destaca a evolução recente das operações de crédito no Brasil. Na página 74 do documento, os diretores da autoridade monetária afirmam que "a evolução dos estoques de crédito vem ocorrendo em contexto de ligeiro aumento da inadimplência na comparação trimestral e de retração na comparação em doze meses".

Nas operações acima de R$ 5 mil, a inadimplência do sistema financeiro cresceu 0,2 ponto porcentual no trimestre terminado em maio nas operações para pessoas físicas (atingindo 3,9%) e também 0,2 ponto nos empréstimos para empresas (para 1,9%). Ao todo, a inadimplência geral do sistema marcava 2,7% nas operações acima de R$ 5 mil no fim de maio.

Inflação

O BC afirma que a desaceleração dos índices de preços ao consumidor observada no segundo trimestre deste ano em relação aos três primeiros meses de 2011 "refletiu, em parte, os efeitos de fatores sazonais relacionados ao grupo alimentação e do esgotamento do impacto dos reajustes nas tarifas de transportes".

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